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O que você precisa saber sobre ansiedade climática

Você pode não saber o que é, mas certamente já sentiu ou escutou alguém relatando sintomas da chamada ansiedade climática. Saiba mais sobre como surge essa sensação, sintomas, e como, na medida do possível, se livrar disso.

Cada vez mais convivemos com eventos climáticos extremos. Esta é uma realidade que assola todo o mundo e o Brasil não fica de fora desse infeliz cenário. São enchentes, como as que invadiram o Rio Grande do Sul, ondas de calor com temperaturas muito mais altas do que as que estamos acostumados. Além de secas que afetam a vida pessoal e profissional de diversos brasileiros.

Tudo isso é resultado de uma sociedade que prezou muito pouco pelo meio ambiente nos últimos anos, e que acreditou que as consequências demorariam para chegar.

Mas elas chegaram, e o impacto na vida de cada pessoa vai além de sensações físicas, condições médicas e perdas materiais. Esse impacto pode ser sentido diretamente em nosso psicológico, como é o caso da chamada ansiedade climática ou ecoansiedade.

Você pode não ter escutado falar nesses termos ainda, mas é possível que se torne cada vez mais recorrente nas discussões sobre o meio ambiente. Por isso, a Arimo traz hoje uma reflexão em torno dessa ansiedade gerada pelo cenário do clima atualmente. 

Confira abaixo os tópicos que serão abordados ao longo deste texto.

  • O que é ansiedade climática?
  • Ansiedade climática é considerada um transtorno mental?
  • Quais são os sintomas da ansiedade climática?
  • Todas as pessoas vivenciam a ansiedade climática da mesma forma?
  • O que posso fazer para controlar a ansiedade climática?
  • Estilo de vida mais ecológico pode amenizar ecoansiedade
  • Informação é ferramenta importante na crise climática
  • Autoridades também são responsáveis por sua ansiedade climática

O que é ansiedade climática?

Em resumo, podemos dizer que a chamada ansiedade climática ou ecoansiedade é caracterizada pelo medo das consequências da crise climática.

Sabe aquela sensação de desesperança que toma conta quando você entra em contato com notícias ruins sobre o clima na TV, em sites de notícias e redes sociais? Esse é um exemplo prático do que pode gerar essa ecoansiedade. 

Esses eventos mostram resultados concretos de uma crise climática que já traz consequências sérias para todos. Quando percebemos que nem sempre conseguimos controlar como esse cenário pode nos afetar, é comum nos sentirmos impotentes, sem esperança e perspectiva de um futuro positivo.

Ansiedade climática é considerada um transtorno mental?

A ecoansiedade pode, sim, ir além de uma forte preocupação com o meio ambiente e as consequências da crise climática. Apesar disso, especialistas não categorizam esse estado psicológico como um transtorno mental.

Na verdade, a ansiedade climática é vista como uma reação natural, considerando que acontece em resposta a um cenário realista: o de emergência climática.

Ansiedade climática pode levar a transtornos mentais

Mas é preciso notar que, apesar de não ser categorizada como um transtorno mental, pode levar a sintomas de transtornos de ansiedade e depressão, por exemplo. Algo que aconteceu, inclusive, com a ativista climática Greta Thunberg, de acordo com artigo publicado pela Escola de Medicina de Harvard.

O texto também afirma que jovens que se preocupam com as ameaças da crise climática já sentem alguns desses sintomas. Parte dessas pessoas experimentam ataques de pânico, insônia e pensamentos obsessivos.

Quais são os sintomas da ansiedade climática?

Além do sentimento de desesperança e falta de perspectiva positiva sobre o futuro — pessoal ou do planeta — existem outros sintomas relacionados à ecoansiedade.

De acordo com especialistas consultados por publicações das Universidades de Harvard e Yale, os sintomas da ansiedade climática são:

  • pensamentos intrusivos sobre desastres futuros
  • raiva sobre as circunstâncias climáticas
  • dificuldade para se relacionar
  • angústia sobre o futuro
  • sentimento de culpa
  • dificuldade para se concentrar

Todas as pessoas vivenciam a ansiedade climática da mesma forma?

A ansiedade climática é um problema que, primeiramente, deve ser sempre reconhecido e validado, independentemente de quem a esteja sentindo. Mas também é importante entender que grupos sociais podem vivenciar essa ecoansiedade de maneiras diferentes. Afinal, a crise climática afeta esses demográficos também de formas diferenciadas.

Pessoas afetadas pela crise podem se sentir mais ansiosas sobre o futuro

O primeiro grupo que podemos considerar aqui é o de pessoas que já sofrem com as consequências da emergência climática. 

A lista inclui quem passou por perdas de pessoas e de bens durante enchentes e quem viu seu trabalho e sobrevivência afetados por chuvas fortes ou secas. Aquelas pessoas que tiveram a saúde física e mental em risco diante de ondas de calor ou frio.

Essas vivências traumatizantes podem aumentar a ecoansiedade, além de levar a outros transtornos mentais.

Racismo ambiental também pode afetar a ansiedade ecológica 

Também é preciso reconhecer que vivemos em uma sociedade em que o racismo ambiental é uma realidade. Ou seja, vivemos em um mundo onde minorias étnicas vivem em locais de maior degradação ambiental. E isso também conta.

Portanto, pessoas que fazem parte de minorias étnicas podem sentir a ansiedade ecológica de uma maneira ainda mais aterradora.

Pesquisas apontam alto nível de sofrimento entre jovens

Um demográfico que já apresenta um alto nível de sofrimento por ansiedade ecológica é o de pessoas jovens. A informação é da National Geographic Brasil, e é vista também em uma série de estudos em torno da relação das pessoas com a crise climática.

Claro que há uma parcela da população jovem que não enxerga a gravidade dessa crise, e, com isso, pode não sentir a ecoansiedade. Mas fato é que, a partir do momento em que jovens reconhecem a ameaça da emergência ambiental, a ansiedade sobre isso pode, sim, aumentar.

O que posso fazer para controlar a ansiedade climática?

A sensação de desesperança diante da crise climática pode ser mesmo aterradora, mas precisamos falar também que há soluções para isso.

Terapia é sempre uma ótima solução

Óbvio que nem todas as sugestões funcionarão igualmente para todas as pessoas. Além disso, há casos mais graves em que, acima de tudo, a melhor saída é buscar ajuda profissional na terapia. Por isso, não deixe de procurar ajuda médica, caso sinta que a ecoansiedade está, de alguma forma, te paralisando.

Fale sobre sua ansiedade

Seja na terapia ou com amigos e familiares, falar sobre sua ansiedade sobre o clima é também uma forma de amenizar os sentimentos negativos. Afinal, externalizar preocupações — de forma responsável — é terapêutico.

Busque se cercar de pessoas com as mesmas preocupações

Algo que pode ajudar no item anterior — falar sobre sua ansiedade — é se cercar de pessoas com a mesma mentalidade sobre o assunto. Não se trata de se isolar dentro de uma bolha social ou de não trocar ideias com pessoas que tenham visões diferentes. Trata-se de ter sua ansiedade devidamente reconhecida e validada.

Atenção ao seu consumo sobre o assunto

Você não deve parar de consumir conteúdo sobre a crise climática e suas consequências. Mas, definitivamente, ter atenção para o tipo de conteúdo e o tempo gasto nesse consumo é essencial.

Primeiramente, vale avaliar se as notícias e demais conteúdos abusam de um tom sensacionalista, que provoca pânico desmedido. Além disso, é preciso ficar de olho também nas fake news.

Privilegie informações de canais e órgãos especializados, e que tragam informações também sobre soluções, ao invés de apenas problemas.

Além disso, vale perceber se você está passando tempo demais com esse tipo de conteúdo. É importante se manter informado, mas também é saudável se afastar por algum momento para não se sobrecarregar com essas informações.

O que posso fazer para ajudar a amenizar a crise climática?

Outra maneira de aliviar a ansiedade climática é colocando a mão na massa. Vale aderir a um estilo de vida que impacte o meio ambiente de forma menos negativa e até mesmo ajudando quem está sendo afetado diretamente pela crise climática.

Essa perspectiva nos ajuda a sentir que estamos contribuindo para amenizar o estado de emergência climática — amenizando também a sensação de impotência diante dela.

Voluntarie-se e ofereça ajuda em eventos climáticos prejudiciais

Você não é uma pessoa afetada por eventos climáticos extremos, mas se sensibiliza com a causa? Existe uma ampla gama de formas com as quais você pode ajudar.

A ajuda financeira é sempre bem-vinda, então, se você tem condições de contribuir dessa forma, busque uma campanha confiável para doações monetárias.

Se você tem alimentos, móveis, roupas e qualquer tipo de bem material que possa ajudar pessoas afetadas a retomar suas vidas, não hesite em doar também.

Além do material, você também pode oferecer serviços, que vão desde os mais simples até aqueles que exigem formação acadêmica. Vale se voluntariar para trabalhar cozinhando e distribuindo alimentos, para cuidar de crianças e demais pessoas com necessidades especiais e até mesmo oferecer apoio psicológico.

Neste último caso, é necessário que você tenha formação para isso.

Lembre-se que toda ajuda é válida.

Busque grupos ativistas

Você não precisa esperar que esses eventos climáticos tristes aconteçam e vitimizem diversas pessoas para entrar em ação. Se você tem disponibilidade e vontade, também pode ajudar através de grupos ativistas.

Essas organizações geralmente trabalham na conscientização das populações e com ações práticas para amenizar as consequências da emergência climática.

Vale procurar grupos que atuam próximos a você. E mesmo que não consiga participar ativamente, pode auxiliar de forma indireta, seja com divulgação, apoio financeiro ou a oferta de algum tipo de material ou serviço necessário.

Estilo de vida mais ecológico pode amenizar ecoansiedade

Em termos de prevenção, também é interessante adotar um estilo de vida que prejudique menos o meio ambiente. Vale apostar na reciclagem, no consumo de marcas ecológicas e até mesmo ajudando a difundir informações sobre a crise do clima.

É claro que essa mudança não reflete imediatamente na emergência climática, mas ao menos você saberá que está contribuindo para diminuir essa crise.

Portanto, é preciso lembrar que, ao mudar seu estilo de vida para um mais ecológico, você não está solucionando a emergência climática. Pensar assim pode trazer frustração ao perceber que, mesmo com sua nova abordagem, catástrofes climáticas — anunciadas ou não — continuam acontecendo.

Então, ao adotar um estilo de vida mais ecologicamente amigável, vale encarar essa mudança como ações pequenas e com impacto limitado. Mas lembre-se, essa mudança segue sendo extremamente importante e pode ajudar a diminuir a ansiedade climática.

Informação é ferramenta importante na crise climática

Como mencionado anteriormente, é preciso se informar sobre a crise climática. Você não precisa se concentrar apenas nas consequências catastróficas dela. É claro que conhecer esses impactos é importante, mas você pode também buscar fontes confiáveis sobre soluções para os problemas.

Ao se informar sobre essas soluções, você pode também sentir a ecoansiedade diminuir. Afinal, você entra em contato com possibilidades de um futuro um pouco mais otimista.

E não guarde essas informações para si. Conhecimento compartilhado é sempre uma maneira de tornar o mundo melhor. Ao compartilhar informações de fontes reconhecidamente confiáveis, você não só informa as pessoas ao seu redor, mas abre uma porta para que elas se engajem de forma prática no combate à crise climática.

Portanto, se a ecoansiedade é um problema para você, pesquise e se informe sobre o assunto. Desta forma, mesmo quando ocorrer esses eventos climáticos, você poderá recorrer ao próprio conhecimento para processar a situação.

Autoridades também são responsáveis por sua ansiedade climática

Por último, mas não menos importante, vale notar que a ansiedade climática também é um resultado da atividade das autoridades públicas. Por isso, cobre delas a devida responsabilidade pelo bem-estar físico e mental da população.

Além disso, vale avaliar aqueles que te representam dentro do poder público. É preciso averiguar as propostas e a importância dada pelos políticos à questão ambiental. Torne isso um critério para seu voto. Não se esqueça que aquele que você escolhe para te representar pode ajudar a diminuir a frequência desses eventos climáticos que destroem a vida de tantas pessoas.

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Felicidade e comida: a importância de uma alimentação prazerosa

Já pensou sobre como a alimentação prazerosa é importante? A Arimo te ajuda a desconstruir a negatividade que envolve a relação entre felicidade e comida, e a entender a necessidade de se sentir bem ao comer. 

Que tipo de alimentos te trazem uma gostosa sensação de bem-estar? Você se sente feliz ao comer? O prazer é um critério dentro da sua rotina alimentar? Essas questões nos levam a refletir sobre uma questão importante: a alimentação prazerosa.

É muito comum escutarmos discursos que colocam a relação entre felicidade e comida como algo negativo, sempre relacionando a alimentação saudável. Mas será que essas duas coisas estão sempre conectadas por algo que não nos faz bem a médio ou longo prazo?

Pensando em desmistificar a ideia de uma alimentação prazerosa, a Arimo traz hoje um guia introdutório com informações para te ajudar a entender essa questão. O objetivo aqui é que você tenha informações o suficiente para aplicar esse conhecimento na própria rotina alimentar.

Confira abaixo os tópicos explorados ao longo do texto:

  • O que é uma alimentação prazerosa?
  • Alimentação prazerosa é, necessariamente, uma alimentação pouco saudável?
  • Por que alimentos não saudáveis são associados a uma alimentação prazerosa?
  • Como a obsessão por dietas restritivas compromete o prazer ao comer
  • Comidas de conforto: quando devo me preocupar com isso?
  • Os benefícios de uma alimentação prazerosa
  • Práticas para tornar a alimentação prazerosa

O que é uma alimentação prazerosa?

O termo “alimentação prazerosa” não é tão misterioso assim, certo? Trata-se de se sentir feliz ao comer, da sensação de bem-estar durante e após uma refeição. Aquele sentimento que adoramos sentir sem que esteja acompanhado daquele penoso sentimento de culpa. 

Então, ao longo desse texto, abordaremos a ideia desse tipo de rotina alimentar, ajudando a desmistificar os problemas comumente relacionados ao ato de encontrar prazer na alimentação.

Vale notar que, quando falamos sobre alimentação prazerosa, não estamos falando sobre comer em excesso. É apenas o ato de comer algo e se sentir feliz ao fazer isso, e não é necessário ir além dos seus próprios limites para sentir essa sensação de satisfação.

Alimentação prazerosa e culpa

Além da quantidade que consumimos, outra questão na qual podemos esbarrar quando o assunto é alimentação prazerosa é justamente o consumo sem culpa, como mencionado. Isso porque muitas pessoas acreditam que é errado comer algo porque te faz sentir feliz.

Há, claro, casos em que, mesmo que alguns tipos de alimentos te tragam felicidade, é preciso evitá-los. É quando esses alimentos prejudicam quadros médicos — sejam eles permanentes ou não.

Quando você está se recuperando de uma cirurgia, por exemplo, pode receber a indicação de focar em uma rotina alimentar sem alimentos gordurosos. Se você é uma pessoa diabética, pode receber a orientação para cortar o açúcar. 

Nesses casos, se você come o que lhe foi contraindicado, trata-se realmente de um problema. Afinal, prejudica sua saúde física diretamente.

Mas se você não tem qualquer contraindicação médica, por que evitar de comer algo que te traz a sensação de bem-estar?

Portanto, para além de comer algo que te deixa feliz, a alimentação prazerosa inclui fazer isso sem que sentimentos negativos, como o de culpa, te assolem.

Alimentação prazerosa é, necessariamente, uma alimentação pouco saudável?

Quando você pensa em uma alimentação prazerosa, que tipo de alimentos surgem na sua mente? É comum que o prazer em comer seja relacionado a substâncias que, se consumidas em excesso, são prejudiciais à saúde. É o caso de alimentos com alto nível de gordura, açúcar e sódio, por exemplo, como hambúrgueres, sorvetes e biscoitos.

Mas é preciso entender que a alimentação prazerosa não está necessariamente relacionada à uma rotina alimentar pouco saudável.

É possível, inclusive, se sentir feliz ao comer uma fruta após a refeição ou até mesmo em comer todas essas coisas citadas anteriormente — mas de maneira balanceada.

Variedade de alimentos enriquece a alimentação prazerosa

É possível encontrar prazer ao comer em diversos grupos alimentares. Mas é importante que você tenha abertura para provar coisas novas e investir seu tempo em buscar e preparar uma variedade maior de alimentos que te tragam esse sentimento de bem-estar.

Segundo artigo no blog do Dr. Drauzio Varella, uma alternativa é ressaltar o sabor de alimentos do cotidiano, como investir em um tempero saboroso no feijão.

Sentimentos positivos relacionados ao autocuidado podem influenciar na sensação de bem-estar

Você já se sentiu feliz ao perceber que estava cuidando de si? Então sabe que é possível encontrar prazer em simples atos de autocuidado. Por isso, uma alternativa interessante para quem busca uma alimentação prazerosa, é focar no fato de que você está cuidando de si ao se alimentar.

Quando adotamos essa perspectiva, inclusive, é possível se sentir mais feliz ao comer coisas que não são tradicionalmente relacionadas ao prazer na alimentação.

Por que alimentos não saudáveis são associados a uma alimentação prazerosa?

Alimentos com alto nível de gordura, açúcar e sal geralmente são os mais populares quando o assunto é a sensação de felicidade ao comer.

E apesar de esses alimentos não serem os únicos a proporcionar essa sensação, existe uma explicação para serem associados a uma alimentação prazerosa.

Explicação está no funcionamento do organismo

De acordo com artigo da National Geographic, a gordura e o açúcar, por exemplo, ajudam na liberação de dopamina. Isso ocorre tanto através de sensores na boca quanto sensores no intestino.

E essa liberação de dopamina atinge picos além dos níveis normais.

Portanto, é compreensível que esse tipo de alimentos nos tragam prazer. 

Mas é sempre importante lembrar que eles não são os únicos a fazer isso.

Como a obsessão por dietas restritivas compromete o prazer ao comer

Não é novidade que a sociedade atual relaciona uma vida saudável a dietas restritivas e a corpos magros. E é sempre importante ressaltar que uma coisa nada tem a ver com a outra.

Você pode ter uma rotina alimentar saudável comendo uma diversa gama de alimentos, sem excluir nada. Além disso, um corpo gordo também pode ser saudável. Ser uma pessoa magra não significa saúde em dia, na verdade, a perda de peso e a magreza muitas vezes podem indicar problemas de saúde. 

Mas o que isso tem a ver com uma alimentação prazerosa?

A ideia de que, para ser saudável você deve ser alguém magro, geralmente é relacionada a dietas restritivas. 

Essas dietas restritivas, por sua vez, excluem possibilidades de alimentações prazerosas. Afinal, essas rotinas alimentares eliminam grupos de alimentos que poderiam nos trazer a sensação de bem-estar ao comer.

Esse tipo de dieta compromete diretamente as sensações positivas ao se alimentar.

Alimentação prazerosa é demonizada pela sociedade

A primeira coisa para mudar esse tipo de cenário é entendê-lo como um problema social. É a sociedade que determina padrões estéticos e as alternativas para alcançar os corpos considerados ideais.

É também a sociedade que faz parecer que sentir prazer ao comer é algo semelhante a um pecado. Em artigo no blog do Dr. Drauzio Varella, inclusive, a nutricionista Sophie Deram aponta que a sociedade demoniza o prazer de comer.

Vale questionar: quantas vezes você já se sentiu mal por comer algo que gosta, mesmo sabendo que não fará mal à sua saúde.

Então é preciso um esforço para desassociar que ter prazer em comer algo é errado. A informação é essencial nesse processo, por isso, busque orientação profissional adequada e de qualidade. Priorize profissionais que visem seu bem-estar ao invés daqueles que querem te enquadrar em padrões desnecessários.

Comidas de conforto: quando devo me preocupar com isso?

Alerta de gatilho: este tópico toca em temas sensíveis relacionados a transtornos alimentares.

Apesar de a alimentação prazerosa ser algo a se incentivar, é preciso ter atenção para não esbarrar no risco de transformá-la em um hábito nocivo. Estamos falando das chamadas comidas de conforto.

A comida de conforto é aquele alimento que consumimos em busca de uma sensação de bem-estar diante de uma situação difícil. Trata-se de algo gostoso que comemos diante de um momento de estresse ou ansiedade.

Segundo artigo no blog do Dr. Drauzio Varella, essa busca por conforto na comida é algo muito comum. E o principal problema disso é quando nos culpamos por esse hábito.

Comida de conforto pode ser considerada como autossabotagem em alguns casos

Além disso, existe também a possibilidade da comida de conforto se tornar uma espécie de vício. Afinal, quando esses alimentos são recorrentes, acabamos condicionando o corpo a desejar algo saboroso sempre que estiver diante de uma situação indesejada/incômoda.

Por esse motivo, em casos de busca recorrente pela comida de conforto, esse alimento pode ainda ser considerado como uma espécie de autossabotagem. Em situações mais graves, isso pode até mesmo se tornar um transtorno de compulsão alimentar.

Mas lembre-se: tudo é uma questão de hábito e frequência. Se você recorre à comida de conforto de vez em quando, não se trata exatamente de um problema. Dê uma folga a si mesmo.

Os benefícios de uma alimentação prazerosa

Quando nos comprometemos em investir em uma alimentação prazerosa, nos abrimos para as possibilidades. Tendemos a variar nosso cardápio, provar coisas novas e esse processo, por si, já é benéfico.

Impacto positivo no processamento e absorção de alimentos

Mas a alimentação prazerosa vai além de uma expansão do nosso gosto, passando a incluir novos sabores. Isso também inclui impactos positivos no nosso metabolismo.

De acordo com artigo no site HealthLine, por exemplo, a liberação de dopamina resultante de comermos algo que gostamos ajuda a melhorar a digestão. Com isso, nosso organismo consegue processar a absorver propriamente os nutrientes consumidos.

Alimentação prazerosa pode beneficiar o psicológico

Entre os benefícios de uma alimentação prazerosa, também estão aqueles que afetam nosso psicológico, mesmo que indiretamente. É o caso de quando cozinhamos e comemos com alguém de quem gostamos e tornamos esse momento especial.

Ao adotar uma alimentação prazerosa também tendemos a nos distanciar de lógicas como as de dietas restritivas.Ou seja, lógicas que nos impedem de saborear algo que gostamos porque, socialmente, nos colocaria longe dos padrões físicos considerados ideias e tendências alimentares da moda.

Práticas para tornar a alimentação prazerosa

Para quem busca tornar a alimentação prazerosa algo mais presente em sua vida, existem diferentes abordagens possíveis. A começar com a forma em que as refeições ocorrem em sua rotina.

Alimentação pode ser divertida com companhia

Para tornar a hora de se alimentar mais prazerosa, você pode tornar este um momento de socialização com quem você gosta. Um almoço ou um jantar em família, por exemplo, pode ser o que você busca, assim como uma reunião com amigos ou aquela pessoa especial.

Vale também preparar a refeição com essas pessoas, o que aproxima os laços afetivos e cria uma rotina positiva em torno da alimentação.

Para quem cuida de crianças, essa diversão na hora da alimentação pode ser ainda mais benéfica. Isso porque brincadeiras e conversas descontraídas podem estimular a criança a experimentar e aprovar novos alimentos.

Pense no seu bem-estar como prioridade

Como mencionado anteriormente, tudo é questão de perspectiva e isso inclui uma relação positiva com a alimentação. Por isso, é interessante que você entenda que se alimentar bem é cuidar de si, e que cuidar de si é algo que também traz a sensação de bem-estar.

Essa mentalidade serve principalmente para transformar a ideia negativa que muitas pessoas têm sobre rotinas alimentares saudáveis. 

Além disso, é possível gostar de alimentos saudáveis. Basta apenas explorar as diferentes possibilidades de alimentos e combinações para descobrir o que agrada seu paladar.

Atenção: Alimentação é assunto sério. Em caso de dúvidas sobre como inserir uma alimentação prazerosa na sua rotina, busque orientação profissional qualificada. Se você ou alguém próximo está enfrentando algum distúrbio alimentar, procure ajuda médica.

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Leituras para o bem-estar: saiba como criar o hábito, conheça gêneros relaxantes e a importância do hábito de ler

A Arimo traz um guia para quem deseja usar a leitura para o bem-estar. Confira como o hábito de ler beneficia sua saúde e quais gêneros podem ajudar a relaxar.

Você certamente já escutou alguém dizer que “ler faz bem”. E, apesar de quem cultiva o hábito da leitura afirmar que este realmente é um fato, podem surgir dúvidas sobre isso. Afinal, como a leitura faz bem? Qual é o tipo de impacto que o hábito de ler tem na nossa saúde física e mental a curto e a longo prazo?

Para além dos benefícios — que são explicados pela ciência e aprofundaremos mais à frente — existe ainda a dificuldade em criar o hábito da leitura. Um problema que pode estar relacionado ao gênero literário, ao dispositivo utilizado e até mesmo a falta de compreensão sobre o volume de leitura que realizamos diariamente.

Por ser um tópico rico e de forte potencial para melhorar a qualidade de vida, a Arimo traz hoje um guia de leituras para o bem-estar. Confira abaixo os tópicos que irão orientar o desenvolvimento dessa espécie de manual para te aproximar do hábito de ler.

  • Por que ler faz bem: os benefícios da leitura
  • Volume de leitura: estamos mesmo lendo pouco?
  • Só as leituras de livros tradicionais contam?
  • Criando o hábito da leitura: dicas para ler mais
  • A leitura como parte da higiene do sono
  • Existe um gênero de leitura melhor que o outro para o bem-estar?
  • Leituras para o bem-estar: conheça gêneros literários relaxantes

Por que ler faz bem: os benefícios da leitura

Quando falamos sobre os benefícios da leitura, o primeiro que relacionamos a atividade certamente é o de adquirir conhecimento.

Novos conhecimentos e melhora de expressão

Não é necessário ler apenas não-ficção e textos e livros voltados para o ensino. A leitura de livros, no geral, nos permite aprender novas palavras e novos conceitos, além de nos ajudar a nos expressar melhor.

Esse último ponto contribui tanto para a expressão verbal quanto escrita, melhorando nossa comunicação.

Lendo, também conhecemos novas culturas, ampliamos perspectivas e exercitamos a empatia de olhar e compreender histórias diferentes das nossas.

De acordo com texto publicado pelo Ministério da Educação (MEC), isso tudo acontece porque, para compreender o que se lê, é preciso exercitar diferentes habilidades do cérebro.

Benefícios para as crianças

Essas habilidades diferentes utilizadas na hora da leitura podem ser especialmente benéficas para as crianças. Através dessa atividade elas podem aprimorar a criatividade, a imaginação e o desenvolvimento intelectual, segundo o MEC.

Os benefícios são possíveis tanto quando alguém lê para a criança quanto quando a criança lê por conta própria.

Desenvolvimento pessoal e da inteligência emocional

Independentemente da idade, o desenvolvimento pessoal e a inteligência emocional também são possíveis de se alcançar através da leitura. É o que aponta artigo da Harvard Business Review.

De acordo com o texto, isso acontece porque, ao ler, exercitamos diversos músculos cognitivos.

O artigo ressalta que esse benefício impacta indiretamente outras partes de nossas vidas. Esse desenvolvimento da inteligência emocional, por exemplo, pode nos ajudar a nos destacar profissionalmente e a estabelecer relações — de todos os âmbitos — saudáveis.

Relaxando

Com um ritmo de vida — e de leitura nas telas — super acelerado, quando paramos para ler qualquer texto tradicional, desaceleramos. E isso é ótimo para relaxarmos e sairmos desse ritmo intenso, que nos deixa em constante estado de alerta.

Volume de leitura: estamos mesmo lendo pouco?

Muito se fala sobre como estamos lendo menos atualmente. Mas será que essa afirmação se prova verdadeira diante de estudos sobre o assunto? De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, conduzida em 2019 pelo Instituto Pró-Livro, de fato há uma queda no hábito de leitura dos brasileiros.

A pesquisa constatou que há uma “tendência de decréscimo na frequência de leitura de quase todos os formatos, especialmente livros de literatura por vontade própria e livros didáticos indicados pela escola”.

Apenas 52% dos brasileiros são considerados leitores

Para o estudo, leitores são aquelas pessoas que leram inteira ou parcialmente pelo menos um livro nos últimos três meses. E, segundo esse critério, apenas 52% dos brasileiros podem ser considerados leitores. Uma média baixíssima, de acordo com o jornalista e editor Rafael Guimarães, que aponta ainda que 30% dos brasileiros nunca ao menos compraram um livro.

É claro que entra na discussão o valor dos livros, o incentivo à leitura desde a infância e a democratização ao acesso, como um todo. Mas é importante entender o cenário com dados concretos sobre os hábitos de leitura no país.

E mais importante é também reconhecer essa queda no número de leitores como um problema que necessita de solução. Começando por você, é válido se questionar sobre o quanto tem lido e o que te motiva e desmotiva em uma leitura.

Só as leituras de livros tradicionais contam?

Vale lembrar que, com smartphones e dispositivos cada vez mais inseridos no nosso dia a dia, existe um nível de leitura que acaba não sendo considerado por alguns estudos.

Estamos lendo quando estamos nas redes sociais, quando trocamos e-mails de trabalho e quando estamos visitando sites diversos. Neste sentido, é até possível que alguém leia cada vez mais palavras. Mas é preciso também analisar a qualidade desta leitura e entender como ela está te impactando.

As implicações dos diferentes formatos de leitura

No caso dos livros, é mais comum que a leitura ajude a se aprofundar em um universo literário —  ficcional ou não —,  ampliando seus conhecimentos e percepções. 

A leitura tradicional exige uma desaceleração para que seja plena. E essa desaceleração pode ser complexa quando estamos lendo nas redes sociais e em sites. Afinal, as infinitas possibilidades das telas, notificações e textos rápidos mais nos estimulam do que nos desaceleram.

Criando o hábito da leitura: dicas para ler mais

Não importa se você nunca leu muito ou se, em algum momento, se afastou da leitura. Fato é que, para ler mais, o segredo é a criação do hábito. Mas como fazer isso?

Aos poucos e assiduamente

A primeira dica é: comece aos poucos. Para isso, vale se comprometer em ler, ao menos, cinco páginas por dia. Você pode manter esse volume de leitura por alguns dias, talvez uma semana, e aumentar gradualmente o número de páginas lidas.

A assiduidade também é importante, por isso, tente manter a leitura diária dessas poucas páginas. Se, em algum dia, só conseguir ler menos do que o estipulado anteriormente por você, também não há problema. O ponto é que você leia algo diariamente para manter a rotina de leitura.

Claro que, se por algum imprevisto, não for possível ler qualquer coisa em algum momento, não precisa se desesperar. Você pode sempre recomeçar esse processo quando necessário.

Opte por gêneros e formatos do seu gosto

Outro fator que pode te ajudar a criar o hábito de leitura é optar por gêneros e formatos que se encaixem no seu gosto pessoal. Esqueça os livros da moda, que são tendências nas redes sociais, e procure por aquilo que você realmente gosta e que possa te dar prazer em ler.

Dessa forma fica mais fácil a leitura frequente e o ato de ler pode se tornar uma atividade de lazer para você. Com isso, além de relaxar e se divertir, você pode alcançar todos os benefícios citados anteriormente: do aumento de conhecimento ao exercício cognitivo.

Além disso, uma vez que a leitura se torna um hábito consolidado, você pode, também aos poucos, encontrar novos gêneros que te interessam. A tendência é que quanto maior o volume de leitura, maior o interesse por diversificar o que se lê.

A leitura como parte da higiene do sono

Para quem busca ler mais, uma dica especial é adotar a leitura como parte da higiene do sono.

Para quem não conhece, higiene do sono é um conjunto de práticas que visam preparar seu corpo e sua mente para um sono de qualidade. E, dentro dessas práticas, é imprescindível que você foque em atividades que ajudem a diminuir o seu ritmo. Afinal, no dia a dia estamos acelerados, e, quando mantemos essa intensidade perto do horário de dormir, seu corpo pode não entender que é hora do sono, dificultando o processo de adormecer.

Considerando esses fatores, vale lembrar que a leitura é uma atividade que exige concentração total de quem está lendo. É como se o livro — ou outros formatos de textos — te convidasse a desacelerar e se entregar ao relaxamento que a leitura proporciona.

Quando a leitura é parte da higiene do sono, também é importante levar em conta onde se lê. O livro físico já nos ajuda a nos desligarmos das telas. Mas, se você prefere ler em dispositivos móveis, priorize aqueles desenvolvidos especificamente para a leitura digital.

Priorize livros físicos e dispositivos próprios para leitura

Isso porque os dispositivos para a leitura de e-books têm configurações que ajudam a simular a leitura tradicional, diminuindo os efeitos negativos que as telas têm sobre nossa mente, como o constante estado de alerta.

Existe um gênero de leitura melhor que o outro para o bem-estar?

O melhor gênero para leitura é sempre aquele que você gosta. Afinal, quando estamos fazendo algo que gostamos, somos incentivados a manter essa atividade, como já apontamos.

Por isso, é complexo cravar que exista um gênero de leitura melhor que o outro para o bem-estar. Essa definição vai depender de cada pessoa e seu gosto pessoal.

Mas há também estudos que podem ajudar a compreender a diferença entre os gêneros dentro do universo do bem-estar.

Leitura de textos ficcionais x leitura de textos não-ficcionais

Segundo a Harvard Business Review (HBR), há estudos que sugerem que a leitura de textos ficcionais pode trazer mais benefício, se comparada a textos de não-ficção.

O estudo detectou que a leitura de textos ficcionais podem ser mais eficientes para aprimorar a inteligência emocional. Através deles, a pessoa consegue melhorar a capacidade de percepção de mundo, além de ajudar a abrir a mente e a compreender o outro.

Portanto a ficção — não a ficção científica, mas narrativas imaginárias, no geral — a exercer a empatia, ampliar horizontes e até mesmo na tomada de decisões.

Claro que o estudo divulgado pela HBR necessita de aprofundamento. Só assim é possível definir que, em comparação com a não-ficção, textos ficcionais são melhores para aprimorar as habilidades citadas anteriormente. Mas essas percepções iniciais nos ajudam a entender um pouco melhor sobre essa dicotomia.

Leituras para o bem-estar: conheça gêneros literários relaxantes

Quando pensamos em gêneros literários relaxantes, novamente nos deparamos com a individualidade. É comum que diferentes abordagens funcionem de maneira diferente para cada pessoa quando o assunto é relaxamento. Mas também há gêneros que são considerados especialmente relaxantes e até mesmo aqueles desenvolvidos especificamente para quem quer relaxar.

São gêneros marcados principalmente por oferecer uma fuga da realidade acelerada e de conflitos complexos e agonizantes. Tudo isso em narrativas satisfatórias, reflexivas e emocionalmente acessíveis.

Relaxando com Healing fiction

Um gênero que vem crescendo cada vez mais e consolidando como uma leitura para o bem-estar e o relaxamento é o chamado Healing Fiction. Na tradução literal, os livros deste gênero são apontados como uma espécie de “literatura de cura”.

Esse gênero é marcado por histórias simples, personagens com dilemas de pessoas comuns e suas respectivas resoluções, e atmosfera acolhedora. Tudo isso em uma narrativa que não é acelerada, e que ilustra situações que trazem uma sensação de bem-estar.

É uma combinação especialmente interessante para quem está buscando uma leitura calma e tranquila.

Relaxando com gêneros aconchegantes

Existe ainda um universo crescente de gêneros apontados como aconchegantes (Cozy Books, no inglês), indo da fantasia (cozy fantasy) ao mistério (cozy mystery).

Os livros que fazem parte do gênero cozy — e seus subgêneros — são caracterizados principalmente por oferecer a sensação de conforto para quem está lendo.

O cozy mystery, por exemplo, entrega mistério, crimes e investigações sem focar na violência. A cozy fantasy é marcado por histórias tranquilas envolvendo magia, bruxas e seres mitológicos. E o cozy romance traz histórias românticas de casais, nas quais os conflitos se concentram menos entre os pares e mais em fatores adjacentes a eles.

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Conheça a Dinacharya: a rotina ayurvédica de bem-estar

Em um momento que tanto se fala sobre bem-estar, a Dinacharya pode ser aquilo que você procura. A Arimo traz para você um guia introdutório com teoria e prática dessa rotina ayurvédica.

Não há dúvidas de que o bem-estar é o assunto da vez. Seja nas redes sociais ou nos círculos sociais, você certamente já deve ter notado como se fala mais sobre esse tema, e que as pessoas estão buscando mais práticas de bem-estar. Prova disso é o crescente interesse e mercado baseado nos cuidados com a pele, nos exercícios físicos e práticas de relaxamento.

Para se ter ideia, nos últimos dez anos, a simples pesquisa pelo termo “bem-estar” no Google cresceu e vem se mantendo constante. A informação é do Google Trends, com foco específico nas pesquisas realizadas dentro do Brasil.

Toda essa contextualização serve para apresentar o que se chama de Dinacharya, que é uma perspectiva da ayurveda para uma rotina de bem-estar.

Quando tanto se fala sobre opções de rotinas, é interessante conhecer as diversas possibilidades. E, para aquelas pessoas que têm maior interesse pelos universos do yoga e da ayurveda, Dinacharya pode ser uma opção interessante para melhorar sua qualidade de vida.

Confira abaixo os tópicos que orientarão esse guia introdutório sobre Dinacharya:

  • O que é Dinacharya?
  • Quais são os benefícios de Dinacharya?
  • Os períodos do dia e os doshas na Dinacharya
  • Como funciona a Dinacharya: fase do amanhecer
  • Como funciona a Dinacharya: fase do dia
  • Como funciona a Dinacharya: fase noturna
  • Como aplicar a lógica de Dinacharya no seu dia a dia?
  • Problemática da Dinacharya: a prática é possível para todas as pessoas?

O que é Dinacharya?

O termo Dinacharya não poderia ser mais literal. De acordo com o The DINacharya Institute, de Nova York, “Dina” significa dia ou diário, e charya designa rotina. Portanto, a tradução livre do sânscrito para o português pode ser considerada como “rotina diária”.

Dinacharya é parte dos ensinamentos da Ayurveda

Essa rotina tem origem nos ensinamentos da Ayurveda, que é uma área de sabedoria milenar, que propõe uma vida saudável e em harmonia com a natureza. E essa é uma característica que define a Dinacharya, visto que os ciclos naturais são determinantes para a lógica de seu funcionamento.

Dinacharya não é uma rotina como as outras

Dinacharya, portanto, não é uma rotina qualquer de bem-estar. Ela é formada por um conjunto específico de práticas que visam promover a melhora da saúde física, espiritual e mental.

Entre essas práticas, podemos citar o yoga, leituras, exercícios físicos e cuidados com a alimentação.

Nada novo, certo? Afinal, a maioria dessas atividades é comum em diversas rotinas que visam promover o bem-estar. Mas se engana quem coloca a Dinacharya na mesma caixinha de demais rotinas.

A  principal diferença da Dinacharya está em como suas práticas serão aplicadas no dia a dia. Isto porque, essa é uma rotina que obedece uma lógica particular.

Quais são os benefícios de Dinacharya?

Por se tratar de um conjunto de práticas que visam melhorar a qualidade de vida de quem pratica, não é difícil identificar benefícios relacionados à Dinacharya. Esse tipo de rotina é uma ferramenta que ajuda na melhoria da saúde física, mental e até espiritual. Mas como?

Os ensinamentos ayurvédicos relacionam uma série de benefícios à rotina Dinacharya, como:

  • Alívio de estresse
  • Maior disposição para encarar as atividades diárias
  • Melhor saúde digestiva
  • Prevenção de doenças físicas e condições psicológicas
  • Sensação de paz interior

Os períodos do dia e os doshas na Dinacharya

Agora que você já conhece a origem e o conceito que Dinacharya compreende, é hora de entender a importância do ciclo diário e dos doshas nessa rotina. E, para entender, precisamos lembrar de sua lógica de funcionamento. Ou seja, compreender que essa rotina tem base nos ciclos da natureza. 

O ciclo do dia — as 24 horas diárias — é um dos mais determinantes nessa rotina. Isto porque os períodos do amanhecer, dia e noite são dominados por diferentes combinações de elementos da natureza, os chamados doshas (vata, pitta e kapha). 

Cada dosha pode mudar a energia da pessoa e do ambiente, influenciando até mesmo na capacidade de exercermos atividades cotidianas. Como isso ocorre em diferentes momentos do dia, a Dinacharya sugere atividades específicas que podem funcionar melhor em cada período de dosha.

Como os dias são divididos entre doshas?

Confira abaixo a relação de doshas e seus domínios ao longo do dia:

  • Vata – a combinação de éter e ar é predominante nos períodos das 2h às 6h e das 14h às 18h
  • Pitta – a combinação de fogo e água é predominante nos períodos das 22h às 2h e das 10h às 14h
  • Kapha – a combinação de água e terra é predominante nos períodos das 6h às 10h e das 18h às 22h

Como funciona a Dinacharya: fase do amanhecer

Primeiramente vamos olhar para o amanhecer. Mais precisamente, para o período em que a noite está se transformando em dia. É o chamado Brahma Muhūrta, que ocorre exatamente 96 minutos antes de o sol nascer.

Segundo a tradição hindu, esse é o momento ideal para acordar e realizar atividades espirituais, contemplativas, de aprendizado e conexão interior. Isto porque acredita-se que a energia de renovação — marcada pela transformação da noite em dia — propicia melhores condições para esse tipo de tarefa neste período do dia.

Portanto, na Dinacharya, é indicado que você acorde ao menos 96 minutos antes do sol nascer e foque em atividades de bem-estar ativo e de plena consciência. Mas, primeiramente, é interessante que você dê atenção às necessidades fisiológicas.

Atividades para realizar ao acordar

É muito comum sentir vontade de urinar e evacuar pela manhã, logo que se acorda. Então, nada de prender. A liberação dessas toxinas é importante para começar bem o dia. 

Além disso: beba água, lave as mãos e o rosto, escove os dentes e faça a limpeza da sua língua.

Apesar de parecer uma rotina tradicional, alguns desses passos são considerados práticas específicas da tradição hindu. É o caso da limpeza da língua, também chamada de Jihwa Nirlekhana, e realizada com uma ferramenta específica para isso. 

Também entram para a lista de atividades incentivadas pela Dinacharya ao acordar:

  • Prática de yoga, meditação e/ou pranayamas (e demais exercícios leves)
  • Terapia nasal (Nasya)
  • Banho
  • Limpeza dos olhos 
  • Massagem
  • Leituras

Além disso, a alimentação também entra na lista. Mas é importante notar que o café da manhã só vem depois de todas essas tarefas apontadas anteriormente. 

Essa primeira fase da Dinacharya deve se estender ao longo de toda a manhã. Ao fim dessas atividades de bem-estar, você deve se sentir pronta para estudar e trabalhar.

Como funciona a Dinacharya: fase do dia

Após o amanhecer, durante o dia, você deve seguir com sua rotina tradicional — trabalho em ambiente externo, estudo, tarefas domésticas. Se você precisa trabalhar ou estudar, então o faça. Mas não esqueça de também prezar por sua saúde e bem-estar.

Por isso, beba água de forma recorrente. Tenha uma garrafa próxima para se hidratar sempre que sentir sede, por exemplo.

Almoço e lanche durante o dia

Na hora do almoço, é importante optar por uma refeição com alimentos saudáveis, evitando ultraprocessados e comidas excessivamente gordurosas.

Durante a tarde você também pode comer alguma fruta ou demais petiscos leves, como cereais, para saciar a possível sensação de fome. Chás de ervas também podem passar a integrar sua rotina diária, principalmente após o almoço.

Atenção aos seus limites e a necessidade de breves pausas

Também é importante reconhecer seus limites e respeitá-los. Então, ao sentir cansaço por passar muito tempo em uma só atividade ou uma só posição, é preciso realizar uma breve pausa. Afinal, o descanso, por mais breve que seja, nos ajuda a ter mais disposição para seguir com as demais tarefas do dia.

Pode ser, inclusive, um ótimo momento para colocar em prática os chamados movement snacks, que são intervalos para breves exercícios.

Como funciona a Dinacharya: fase noturna

Se ao amanhecer é indicado que você realize yoga e demais atividades físicas leves, ao anoitecer é o momento ideal para investir em exercícios mais intensos. Pode ser desde uma caminhada ou corrida até a musculação e o crossfit, por exemplo. A escolha fica a critério da sua preferência e da orientação profissional indicada a você.

Após o exercício também é importante se alimentar. E quando falamos sobre a alimentação dentro da Ayurveda, estamos sempre falando sobre refeições saudáveis e balanceadas. Além disso, também é importante que haja um intervalo de algumas horas entre o momento de jantar e o momento de se deitar para dormir.

Invista em relaxamento para a fase da noite

À noite você também pode investir em atividades de lazer que te ajudem a liberar o estresse acumulado ao longo do dia. Dê preferência para coisas que sejam relaxantes e que te desacelerem. Afinal, ao diminuir o ritmo gradualmente, você pode ter maior facilidade para adormecer, quando chegar a hora de dormir.

Higiene do sono pode fazer parte dessa rotina

Tudo isso, aliás, pode fazer parte da sua higiene do sono, aquele conjunto de atividades realizadas para preparar seu corpo e mente para um sono de qualidade. 

Problemática da Dinacharya: a prática é possível para todas as pessoas?

Olhando essas fases do Dinacharya citadas acima, pode parecer que esse tipo de rotina é muito limitado. E, apesar de não se restringir apenas a um passo a passo pré-determinado, é necessário identificar as dificuldades que algumas pessoas podem encontrar para incluir esses conhecimentos ayurvédicos em suas vidas.

Acordar mais de uma hora antes do sol nascer, por exemplo, não é uma tarefa possível para um grande número de pessoas. Principalmente porque muitas precisam desse período de sono para dormirem mais, se sentirem descansadas e, consequentemente, terem mais disposição ao longo do dia.

Da mesma forma, muitas pessoas podem não ter tempo de realizar tantas atividades ao acordar. Acordando ou não antes do sol nascer, por exemplo, há quem não tenham tempo o suficiente para tomar banho, meditar, fazer yoga, ler, tomar café da manhã e só então começar o dia.

A realidade condizente com esse tipo de rotina não corresponde à realidade vivida pela maioria da população brasileira. Por isso, é possível interpretar a Dinacharya como uma rotina pouco inclusiva. Ao menos dentro do nosso contexto.

Como aplicar a lógica de Dinacharya no seu dia a dia?

Apesar do exposto no tópico anterior, ainda é possível adaptar a rotina corrida do brasileiro para incluir práticas de Dinacharya. O ponto aqui é, quando não puder praticá-la na íntegra, trazer seus ensinamentos para a própria realidade.

Mantendo seus horários

Algumas pessoas podem ter todo o dia disponível para práticas de Dinacharya, exceto pelo período da manhã e antes do nascer do sol. Nesses casos, você pode continuar acordando no horário tradicional e seguir todo o passo a passo dessa rotina. 

No entanto, é importante ter atenção para os horários das refeições para não se alimentar muito tarde.

Aplique o que puder quando puder

Às vezes, não se colocar em rotinas que exijam esforços excessivos de você, é a melhor rotina de bem-estar que você pode adotar. Se a Dinacharya realmente não se encaixa no seu atual dia a dia, busque aplicar os conhecimentos que puder e quando puder.

Por exemplo, se o único momento do dia em que você pode aderir às práticas de Dinacharya é à noite, faça isso. O fato de você não estar seguindo os passos indicados pela manhã e pela tarde não compromete os benefícios que você pode alcançar com as atividades noturnas.

O mesmo vale para os outros momentos do dia.

Analisando e organizando a sua rotina

Há casos também que nem ao menos reconhecemos nossa rotina propriamente e, para isso, tudo o que precisamos é de uma organização adequada. Se esse for o seu caso, vale tirar um momento para analisar e organizar seu dia a dia.

Se for preciso, anote suas tarefas e obrigações diárias, bem como suas atividades de lazer. Uma vez feito isso, organize cada uma delas por horários e perceba quando há tempo livre e se há maneiras de otimizar essa rotina para incluir a lógica Dinacharya.

Este texto serve apenas como um guia introdutório aos conhecimentos de Dinacharya, que traz conceitos mais profundos. Por isso, é preciso  estudo por parte de seus praticantes. Em caso de dúvidas entre em contato com profissionais da área.

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Exercícios de baixo impacto com alto retorno para o bem-estar: quais praticar?

Algumas pessoas podem não conhecer, mas há exercícios de baixo impacto com alto retorno para o bem-estar — e a Arimo traz um guia com dicas sobre essas atividades.


Quanto mais falamos sobre a importância de adotarmos rotinas regulares de exercícios físicos, mais precisamos falar também sobre como adequar essas atividades às nossas necessidades. Isto porque nossas particularidades definem que tipos de exercícios podemos e devemos fazer.

E dentro desses diferentes estilos de atividades, há uma que merece especial atenção: os exercícios de baixo impacto. Eles caracterizam modalidades muito benéficas para pessoas consideradas sedentárias, que estão com algum tipo de lesão — ou se recuperando disso — e até idosos.

Mas somente esses grupos devem praticar exercícios de baixo impacto? Afinal, o que são esses exercícios de baixo impacto e para que servem? Te ajudarmos a entender a resposta para essas e outras perguntas nos tópicos abaixo. 

  • O que são exercícios de baixo impacto?
  • Exercício de baixo impacto é sinônimo de baixa intensidade?
  • Somente pessoas com necessidades específicas devem praticar exercícios de baixo impacto?
  • Apesar do baixo impacto, orientação ainda é importante
  • Na água: exercícios de baixo impacto com alto retorno para o bem-estar
  • Yoga: baixo impacto com o alto retorno para o bem-estar
  • Existe treino cardio de baixa intensidade?
  • O baixo impacto do Tai chi como ferramenta de melhora para a saúde
  • Exercícios de baixo impacto com alto retorno para o bem-estar: para além da saúde física

O que são exercícios de baixo impacto?

Em resumo, podemos dizer que os exercícios de baixo impacto são aqueles que não causam sobrecarga nas articulações.

Diferença entre exercício de baixo e alto impacto

Para visualizar melhor, basta pensar nas atividades consideradas de alto impacto, como crossfit, corridas e pular corda. Percebe que todas essas modalidades são mais explosivas nas articulações, em especial, na área inferior do corpo?

Agora, pense na realização de exercícios como natação, caminhadas, yoga e hidroginástica. Entende que elas permitem uma maior leveza nas articulações, se comparadas às atividades de alto impacto?

Essa diferença na carga recebida pelas articulações é que define se um exercício é de alto ou de baixo impacto. É o que aponta artigo publicado no site do Dr. Drauzio Varella.

Por que optar por atividades de baixo impacto?

Essa definição de exercícios de baixo impacto nos ajuda a entender também o motivo pelo qual algumas pessoas optam por esse tipo de atividade.

Afinal, o menor impacto nas articulações significa também menor risco de lesões nessas regiões do corpo.

Além disso, há pessoas que só podem praticar exercícios de baixo impacto, já que possuem necessidades específicas. Quem está lesionado ou se recuperando de lesões, por exemplo, se beneficia dos exercícios de baixo impacto por manterem a atividade física mesmo em um momento de vulnerabilidade.

Também entram para essa lista: pessoas idosas, sedentárias, gestantes e com algum tipo de questão médica que afeta diretamente as articulações, como artrose.

Exercício de baixo impacto é sinônimo de baixa intensidade?

Quando falamos sobre exercícios de baixo impacto é comum que haja uma confusão entre essas atividades e as de baixa intensidade. Mas é preciso desmistificar isso.

Exercício de baixo impacto não é sinônimo de baixa intensidade.

O baixo impacto apenas diminui a sobrecarga das articulações durante exercícios, e isso não quer dizer que a atividade se torna menos intensa por isso.

A intensidade de um exercício é determinada pela exigência física dele, e não pelo impacto dos movimentos sobre as articulações.

Baixa intensidade e baixo impacto podem coincidir

Há, claro, exercícios de baixa intensidade que também são de baixo impacto, e vice-versa. Mas é preciso notar: não é uma regra. 

Caminhadas, por exemplo, principalmente as mais breves, são tipos de exercícios que são tanto de baixo impacto quanto de baixa intensidade.

Já a natação é um exemplo de atividade de baixo impacto que geralmente apresenta níveis de intensidade médio ou alto.

Somente pessoas com necessidades específicas devem praticar exercícios de baixo impacto?

Como mencionado anteriormente, há pessoas que só podem praticar exercícios de baixo impacto. Mas isso não significa que apenas essas pessoas devem incluir esse tipo de atividade na sua rotina.

Na verdade, qualquer pessoa pode se beneficiar da utilização de exercícios de baixo impacto, até mesmo quem é adepto daqueles treinos mais pesados.

De acordo com matéria da revista Women’s Health Brasil, a inclusão do baixo impacto em uma rotina de alto impacto pode diminuir risco de lesões.

Além disso, a combinação desses dois tipos de atividade também pode ajudar a reduzir os excessos dentro de uma rotina de exercícios.

Apesar do baixo impacto, orientação ainda é importante

O baixo impacto em um exercício realmente representa menor risco para a saúde de seus participantes. Mas isso não extingue a necessidade de orientação para incluir essas atividades na rotina física.

Busque orientação médica

É preciso, primeiramente, buscar orientação médica para entender suas particularidades — quadros médicos, possíveis limitações físicas, lesões.

Só a partir dessa compreensão é que se pode saber se determinados exercícios funcionam para você. Afinal, há atividades de baixo impacto que podem afetar outros quadros médicos.

Não dispense a orientação de profissionais de educação física

Na hora de realizar os exercícios também é importante contar com a ajuda de profissional da área de educação física. Desta forma, é possível evitar equívocos na execução de movimentos e possíveis problemas decorrentes desses erros.

Além disso, esses profissionais também podem identificar se determinado exercício está dando o resultado desejado e quando é necessário alterações de séries.

Na água: exercícios de baixo impacto com alto retorno para o bem-estar

Por que a hidroginástica é tão indicada para pessoas idosas? Por que exercícios na água são bons para quem tem ou está passando por problemas com as articulações?

A resposta para essas perguntas pode ser resumida em um termo: flutuação. É o que aponta o artigo Efeitos Fisiológicos e Evidências Científicas Da Eficácia Da Fisioterapia Aquática.

No texto, se explica que a flutuação é a força que age contra a gravidade.

“O auxílio da flutuação diminui a sobrecarga articular e favorece uma atuação equilibrada dos músculos, proporcionando um ambiente de fácil movimentação e que pode potencializar a realização de exercícios que não seriam possíveis em solo,” afirma o artigo.

Benefícios promovidos por exercícios realizados dentro da água

Além do alívio das articulações, exercícios físicos realizados na água também promovem benefícios como:

  • Aumento do fluxo sanguíneo e sua circulação
  • Alto gasto calórico
  • Condições para reabilitação de lesões
  • Melhora no equilíbrio
  • Redução da pressão sanguínea durante a após a atividade
  • Fortalecimento muscular e ósseo

Por esses motivos, as atividades físicas que realizamos submersos na água são exercícios de baixo impacto com alto retorno para o bem-estar.

Para se ter ideia, até mesmo a corrida aquática pode promover esses benefícios sem comprometer as articulações — algo que não aconteceria fora da água.

Dica da Arimo

Aqui fica uma dica da Arimo de exercícios para realizar na água: natação e hidroginástica.

As duas atividades são amplamente populares e suas aulas são facilmente encontradas nas mais diversas academias, clubes e centros de treinamento.

Yoga: baixo impacto com o alto retorno para o bem-estar

A leveza do yoga pode confundir e fazer com que as pessoas pensem que todas as modalidades dessa atividade são de baixo impacto. Mas isso não é verdade. Há tipos de yoga que podem, sim, afetar negativamente as articulações.

Por isso, aqui fica o alerta: busque praticar modalidades mais gentis com essa região do corpo, como o chamado Yoga Restaurativo, por exemplo.

Se não há aulas dessa modalidade perto de você, vale buscar as ofertas de tipos de yoga mais tradicionais. Mas não sem comunicar a quem instrui a prática sobre a sua necessidade de especial cuidado com as articulações. A partir dessa comunicação, o profissional em questão pode adaptar a aula para você, de acordo com as suas particularidades.

Benefícios do yoga

As práticas mais leves do yoga, além de ajudarem a se exercitar sem sobrecarregar as articulações, também promovem uma série de benefícios. É o caso de:

  • Melhora do equilíbrio, flexibilidade e mobilidade
  • Alívio do estresse
  • Fortalecimento muscular
  • Alívio de dores no corpo
  • Melhora da circulação sanguínea

Dica da Arimo

Algo que pode auxiliar na proteção das articulações durante uma prática de yoga é a escolha de um bom tapete.

Isto porque o acessório pode ajudar a proteger essas partes do corpo, como é o caso do Arimo Pro Mini Tapete de Yoga Pu Lines.

Existe treino cardio de baixa intensidade?

Quando pensamos em treinos cardio, é muito comum associarmos a atividades de alto impacto. Mas o que poucos podem saber é que esse tipo de exercício também pode ser de baixo impacto. 

Trata-se de exercícios que todos conhecemos, sem mesmo saber que podem ser considerados cardio.

É o caso de alguns exercícios na água, como natação e hidroginástica. Também entram para a lista: caminhadas, ciclismo/pedaladas e remo.

Benefícios dos treinos cardio

Não é porque o treino cardio se torna de baixo impacto que ele perde seus benefícios, pelo contrário. Entram para a lista de aspectos positivos que essas atividades podem causar:

  • Melhora na saúde do coração
  • Queima de calorias
  • Desenvolvimento de condicionamento físico
  • Criação de resistência física
  • Aumenta a massa muscular

Benefícios estes que tornam o cardio uma boa opção para quem busca se exercitar e cuidar das articulações.

Dica da Arimo

Se você curte a ideia de um treino cardio, mas precisa cuidar das articulações, comunique a quem te acompanha na preparação física.

Desta forma, a pessoa em questão pode desenvolver uma série composta apenas por exercícios de baixo impacto.

O baixo impacto do Tai chi como ferramenta de melhora para a saúde

Para quem busca uma versão mais tranquila, mais “zen” dos exercícios de baixo impacto, uma opção muito interessante é o Tai chi.

A arte marcial é conhecida pelos movimentos executados lentamente, que justamente caracterizam o baixo impacto da atividade. Isto porque os movimentos desta modalidade não são explosivos, nem provocam choques das articulações.

Benefícios do Tai chi

O Tai chi pode promover benefícios muito semelhantes aos promovidos pelo yoga. Entram para a lista de impactos positivos dessa atividade:

  • Equilíbrio mental
  • Melhora da consciência corporal
  • Fortalecimento muscular
  • Melhora na flexibilidade, mobilidade e coordenação motora
  • Ativação do sistema circulatório

Dica da Arimo

Se você está há muito tempo sem realizar qualquer tipo de exercício, vale buscar aulas de Tai chi para iniciar uma rotina física de forma mais leve. 

Exercícios de baixo impacto com alto retorno para o bem-estar: para além da saúde física

Além do bem-estar físico, os exercícios de baixo impacto também trazem benefícios para a saúde mental e emocional. 

Nas dicas de exercícios acima, você já pôde conferir alguns deles, como o alívio do estresse característico do yoga e tai chi. Mas os aspectos positivos se estendem até mesmo para o alívio de sintomas de depressão e ansiedade.

Vale contar também que algumas pessoas podem vivenciar um aumento no nível de autoestima. Isto porque, muitas pessoas que se dedicam aos exercícios de baixo impacto, possuem alguma limitação que as impede de praticar atividades de alto impacto.

Portanto, quando se veem aptos a realizar outros tipos de exercícios, sentem-se bem. Não apenas pela possibilidade de se exercitar, mas também por experimentar os benefícios físicos das atividades.

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Chandra Namaskar: Como realizar a Saudação à Lua?

Você conhece Chandra Namaskar: a Saudação à Lua? Entende a diferença entre esta e a Saudação ao Sol? Sabe como praticar? A Arimo traz um guia para você conhecer melhor essa prática.


A sequência da Saudação ao Sol é uma prática muito comum e conhecida dentro do universo do Yoga. Mas, o que muitas pessoas — até mesmo yoguis—, podem não saber, é que ela tem um oposto complementar. Você sabia que existe a chamada Saudação à Lua?

Parando para analisar, faz total sentido, considerando que o yoga é uma prática que busca o equilíbrio. Então, nada mais lógico que, diante da existência da Saudação ao Sol, haja também a prática da Saudação à Lua, certo?

Mas é verdade que essa prática ainda é pouco conhecida e é interessante que mais pessoas passem a conhecê-la. Por isso, a Arimo traz hoje esse guia introdutório para você.

Afinal, como a sequência de asanas da Saudação à Lua funciona? Quais posturas entram para essa prática? Como podemos implementar a Saudação à Lua na nossa rotina? Você encontra as respostas para essas e outras perguntas a seguir.

  • O que é a Saudação à Lua ou Chandra Namaskar?
  • Por que a Saudação à Lua não é tão conhecida?
  • Quais são as principais diferenças entre a Saudação à Lua e a Saudação ao Sol?
  • Quais são os asanas que fazem parte da Saudação à Lua?
  • Que tipo de benefícios o Chandra Namaskar pode oferecer?
  • As fases da lua afetam a realização de Chandra Namaskar?
  • Posso realizar a Saudação à Lua a qualquer momento do dia?
  • Onde praticar Chandra Namaskar?
  • Como incluir a Saudação à Lua na sua rotina?

O que é a Saudação à Lua ou Chandra Namaskar?

No sânscrito, o termo Chandra pode ser traduzido para “Lua”, enquanto Namaskara significa “saudação”. E é a partir desta tradução literal que nomeamos como Saudação à Lua, uma parte da prática moderna do yoga.

Em resumo, podemos dizer que a Saudação à Lua é uma sequência de asanas elaborada com o intuito de reverenciar à lua — como o próprio nome sugere.

Chandra Namaskar complementa o Surya Namaskar

A série de posturas de Chandra Namaskar funciona como um oposto à Saudação ao Sol, ou a chamada Surya Namaskar.

Enquanto a Saudação ao Sol visa aquecer o corpo, nos enchendo da energia solar, a Saudação à Lua busca esfriar o corpo e trazer a energia refrescante da Lua.

Trata-se de duas práticas diferentes, mas que são bem complementares — a ponto de serem consideradas como yin (Chandra Namaskar) e yang (Surya Namaskar).

Prática propõe uma execução de asanas mais lenta e foco no momento presente

Por ser uma sequência de asanas que visa acalmar e desacelerar, o ritmo da Saudação à Lua é diferenciado. A ideia é que quem pratica essa sequência faça isso de forma lenta, com total atenção nos movimentos executados e no momento presente.

Por isso, inclusive, o Chandra Namaskar é considerado como uma prática até mais meditativa do que o Surya Namaskar, por exemplo.

Segundo artigo do Yoga Journal, a sincronia entre movimentos e respiração deixa de ser uma exigência nesse tipo de prática. O que facilita essa maior concentração no momento presente e movimentos.

Por que a Saudação à Lua não é tão conhecida?

A Saudação à Lua certamente é ainda pouco conhecida, principalmente se compararmos ao nível de popularidade da Saudação ao Sol.

Mas é muito importante reforçar que isso não quer dizer que uma sequência é melhor do que a outra ou que é menos eficiente em seus objetivos.

Na verdade, de acordo com artigo do Yoga Journal, o fato de a Saudação à Lua ser menos conhecida é simples: sua origem recente. Segundo o texto, os primeiros registros divulgados de Chandra Namaskar datam do século XX, mais precisamente no fim da década de 60. 

Trata-se, portanto, de uma atividade relativamente nova dentro de uma prática milenar, como o yoga.

Saudação ao Sol é mais antiga

A Saudação ao Sol, por outro lado, começou a se popularizar ainda nos anos de 1920. A diferença de algumas décadas poderia não ser tão significativa, mas é. Além disso, acredita-se que, mesmo antes dessa popularização, a Saudação ao Sol já era praticada por alguns mestres hindus.

Apesar de parecer uma justificativa rasa, é necessário notar a importância de conhecimentos antigos dentro do yoga. São eles que embasam a maior parte dos ensinamentos passados de mestres para praticantes por todo o mundo.

Além disso, o maior tempo de existência também permite maior profundidade em estudos e entendimento sobre como determinadas práticas funcionam. Isto é, seus benefícios, formas de realização e até contraindicações, quando for o caso.

Por isso, ao olharmos para a origem de Chandra Namaskar e do Surya Namaskar, começamos a entender como um se destaca diante do outro.

Quais são as principais diferenças entre a Saudação à Lua e a Saudação ao Sol?

Ao conhecer a Saudação à Lua já é possível traçar a principal diferença entre ela e a Saudação ao Sol: seus objetivos. Mas a distinção entre uma prática e outra não se limita a isso.

1) Sequências de asanas

Outra grande diferença entre Chandra e Surya Namaskar está nas sequências de asanas.

Isto porque a Saudação ao Sol é composta por uma série fixa de 12 posturas, enquanto a Saudação à Lua pode ter diversas variações em suas séries.

2) Ritmo e permanências

O dinamismo da Saudação ao Sol não está presente na Saudação à Lua.

Na prática preferencialmente noturna, a ideia é que você mantenha lentidão e observação em seus movimentos.

Além disso, indica-se também uma maior permanência em cada asana, diferentemente do Surya Namaskar, em que você conecta as posturas de forma rápida e fluida.

Quais são os asanas que fazem parte da Saudação à Lua?

Como dito anteriormente, as posturas que fazem parte da Saudação à Lua podem mudar, diferentemente do que ocorre com a série fixa da Saudação ao Sol.

Por isso, é possível encontrar diversas variações de Chandra Namaskar ao pesquisar sobre essa prática. Mas aqui vamos focar em uma sequência interessante. Isto porque, além de proporcionar a tranquilidade e o alongamento buscados pela Saudação à Lua, ela também simula visualmente as fases da lua.

De frente para a extremidade mais longa do seu tapete, siga esses passos:

1 – Comece de pé, unindo as mãos em Namastê na frente de seu peito

2 – Utkata Konasana (Postura da Deusa)

3 – Trikonasana (Postura do Triângulo)

4 – Parsvottanasana (Postura da Pirâmide)

5 – Anjaneyanasana (Postura da Lua Crescente) 

6 – Skandasana (Variação da Postura do Guerreiro 2)

7 – Malasana (Postura da Guirlanda)

Ao finalizar o passo 7 (Malasana), você irá repetir os asanas, mas exercitando o lado oposto ao trabalhado anteriormente. Se você começou alongando o lado direito do corpo, então é preciso equilibrar e fazer o mesmo com o lado esquerdo.

Para a segunda parte da Saudação à Lua, no entanto, você não deve voltar ao passo um. Na verdade, você começa de onde parou, ou seja, a partir do Malasana.

Assim que finalizar o Malasana de um lado, você inicia a mesma postura utilizando o lado oposto e refazendo, em ordem decrescente, os passos citados acima. Ou seja, se você inicia com o lado direito e faz os asanas de 1 a 7. Uma vez que chega à sétima postura, você faz do passo 7 ao 1, dessa vez com o lado esquerdo do corpo.

Para melhor visualizar esse processo, confira o vídeo abaixo.

Que tipo de benefícios o Chandra Namaskar pode oferecer?

A Saudação à Lua pode oferecer tanto benefícios físicos quanto mentais. Esses últimos já mencionamos no texto. Entram para a lista: tranquilidade, calmaria, alívio de estresse e melhores condições para uma boa noite de sono.

Mas vale notar também o potencial físico de Chandra Namaskar. A série de posturas ajuda a fortalecer e alongar os principais grupos musculares do corpo, além de facilitar a flexibilidade.

Também são associados aos benefícios da Saudação à Lua as melhorias nos sistemas respiratório, circulatório e digestivo.

As fases da lua afetam a realização de Chandra Namaskar?

Além do impacto mental e físico, a Saudação à Lua também pode afetar nosso lado espiritual de diferentes formas durante o ciclo lunar.

De acordo com o vídeo acima, da instrutora Nana Frisoli, a lua nova é o momento de praticar Chandra Namaskar visando novos objetivos. Já durante a lua cheia, é importante visar a concretização de objetivos e a liberação daquilo que já não te faz bem.

Posso realizar a Saudação à Lua a qualquer momento do dia?

Assim como é indicado que a Saudação ao Sol seja realizada pela manhã, indica-se também que a Saudação à Lua seja feita durante a noite. Preferencialmente, de forma que você consiga ver a lua.

É algo lógico, quando é considerado o nome de cada uma dessas sequências. E parece ainda mais óbvio quando olhamos os impactos dessas séries em nossa vida.

Chandra Namaskar pode fazer parte da higiene do sono

No caso da Saudação à Lua, por exemplo, o objetivo é desacelerar, encontrar tranquilidade e calmaria. E isso não é exatamente um caminho ideal para uma noite de sono de qualidade? Não pode ser, por exemplo, a rotina noturna de alguém, funcionando como parte da chamada higiene do sono?

Então é totalmente compreensível que se indique a realização noturna de Chandra Namaskar. Mas precisa ser uma exigência? Na verdade, não.

Saudação à Lua durante o pôr do sol

Sabe aquele momento em que o sol está se pondo e a Lua já está visível?

Em artigo do Yoga Journal, esse período é apontado por especialista como ideal para a realização da Saudação à Lua. Isto porque não é noite nem dia totalmente, é um momento de equilíbrio entre luz e sombra, que reflete no seu interior durante a prática.

Chandra Namaskar em momentos de estresse

É claro que existe uma ideia de conexão com a lua, de reverência à ela. Mas, como a prática não se limita ao espiritual, também pode ser utilizada para outros momentos de necessidade.

Se você está sob forte pressão ou estresse, por exemplo, pode tentar se acalmar pela lenta e tranquila prática da Saudação à Lua.

Onde praticar Chandra Namaskar?

Como dito no item anterior, é indicado que você pratique Chandra Namaskar em um ambiente em que se possa ver a lua. Afinal, esse é um momento de conexão e reverência importante.

Além disso, também é indicado que a realização dessa Saudação à Lua aconteça ao ar livre.

Mas é importante relembrar que nada disso é algo obrigatório. O que realmente importa, no fim das contas, é se dedicar à atividade dentro do que suas condições permitem.

Ambiente sem distrações é necessário

Se você só puder praticar a Saudação à Lua dentro do seu quarto, por exemplo, sem problemas.

Mas é importante preparar o ambiente de prática para que seja o mais tranquilo possível, sem distrações visuais, sonoras ou de qualquer outro tipo. Desta forma, é possível encontrar o estado meditativo que a atividade propõe.

Como incluir a Saudação à Lua na sua rotina?

Uma forma muito interessante de incluir a Saudação à Lua na sua rotina é torná-la parte da Higiene do Sono.

Afinal, muitas pessoas têm pouco tempo livre após longas jornadas de trabalho e tarefas domésticas que precisam ser realizadas a noite.

Com isso, a Saudação à Lua pode ser uma forma de se exercitar ao mesmo tempo em que diminui a agitação que te acompanhou durante o dia.

Além disso, a médio e longo prazo, essa rotina ajuda seu cérebro a entender que está na hora de desacelerar para, em breve, dormir.

Realize a Saudação à Lua quando puder

Também é possível fazer de Chandra Namaskar parte da sua prática diária/semanal de yoga, mesmo que esta não seja durante a noite. O interessante é que essa sequência seja realizada em um momento em que você possa diminuir o ritmo da suas atividades rotineiras.

Chandra Namaskar para tutores

Para pais e tutores, também há maneira de incluir Chandra Namaskar em seu dia a dia. Pode ser interessante praticar a Saudação à Lua quando os pequenos estiverem na escola/creche.

Vale também realizar a série de posturas em algum momento com as crianças, de forma a educá-las sobre autocontrole emocional.

Saudação durante rotina de estudo/trabalho

Para quem está estudando ou trabalhando, também é possível incluir a atividade no meio da rotina.

Dê preferência para momentos que exijam menos da sua energia, e use a série de asanas como uma pausa para alongamento corporal.

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O que é o conceito de Santosha?

A ideia de um pleno contentamento com a vida pode resumir o que é o conceito de Santosha. Mas o que isso realmente significa na nossa vida? E como incluir no dia a dia? A Arimo te ajuda a encontrar as respostas!


Em algum momento da vida, você já escutou falar em Santosha? O termo pode parecer estranho para muitas pessoas, mas quem está inserido no universo do yoga já pode ter tido algum tipo de contato com esse conceito.

Apesar disso, independentemente de alguém conhecer o termo e seu significado, ainda há diversos equívocos relacionados ao conceito de Santosha.

Por isso, hoje a Arimo apresenta essa ideia para quem não conhece, desmistifica para quem já conhece, e oferece diferentes perspectivas para aprofundar as noções sobre Santosha. Seja na teoria ou na vida prática.

Venha conhecer melhor esse conceito que explora a ideia de um contentamento pleno com a vida e suas atuais condições e circunstâncias. Confira abaixo os tópicos abordados ao longo deste texto.

  • O que é o conceito de Santosha: origem e definições
  • Quais são os benefícios de viver sob o conceito de Santosha?
  • Como o conceito de Santosha conversa com os ensinamentos do Yoga?
  • Santosha é sinônimo de acomodação?
  • O conceito de Santosha pode caminhar para a positividade tóxica?
  • Dicas para incluir o conceito de Santosha na sua rotina
  • A relação entre Santosha e saúde mental
  • Santosha é “para quem pode”?

O que é o conceito de Santosha: origem e definições

Para entender um conceito, é sempre interessante compreendermos primeiro sua origem e significado. No caso de Santosha, estamos falando de um termo de origem sânscrita, que une dois conceitos.

O primeiro deles é “San”, que, no sânscrito, traduz a noção de “totalmente”, “completamente”, “inteiro”.

“Tosha”, por sua vez, significa “contentamento”, “aceitação”, “satisfação”.

Por isso, a tradução literal de Santosha carrega o significado de estar completamente satisfeito e contente com algo. Trata-se de um estado mental e de espírito em que você consegue entender suas circunstâncias ou as circunstâncias de uma situação e aceitá-las como são.

Mesmo quando essas circunstâncias não se aproximam da realidade que você desejou para si.

O que ocorre com as expectativas e os desejos no conceito do Santosha?

Quando estamos plenamente contentes com nossa vida, existe um impacto na nossa perspectiva de mundo. O que acontece, então, com as expectativas que criamos e os desejos que temos, quando vivemos sob o conceito de Santosha?

Na prática, acredita-se que o Santosha traz uma vivência sem expectativas frustradas. Afinal, nos satisfazemos com as coisas como são, ao invés de querer algo diferente.

Também por esse motivo, o conceito de Santosha é comumente relacionado à uma vida de menos desejos. 

Isso não quer dizer que a pessoa que vive sob esse conceito abandona suas vontades e necessidades. Mas sim que passamos a distinguir o que é realmente uma necessidade e o que é um desejo. 

A partir disso, trabalha-se para que a intensidade dos desejos seja reduzida e melhor controlada, passando a ter um impacto mais tênue em nossa rotina.

Quais são os benefícios de viver sob o conceito de Santosha?

De acordo com o item acima, é possível entender os pontos positivos que o Santosha traz para a sua vida. Mas vale notar que esses benefícios variam de acordo com a realidade de cada pessoa.

Apesar disso, é possível listar alguns benefícios mais gerais, que podem ser proporcionados pela aplicação do conceito de Santosha.

  • Sensação de satisfação
  • Maior autocontrole dos sentimentos
  • Menos expectativas frustradas
  • Maior concentração no momento presente 
  • Acesso ao sentimento de gratidão
  • Menor dependência de fatores externos para se sentir bem

Como o conceito de Santosha conversa com os ensinamentos do Yoga?

Não é à toa que o Santosha é uma ideia mais popular dentro do universo do Yoga. Afinal, esse conceito é parte dos ensinamentos da prática, e se encaixa dentro do que chamamos de Niyama.

Yoga é parte dos Niyamas do Raja Yoga

O Niyama é conhecido como um dos oito braços do Yoga — mais especificamente o Raja Yoga —, que funcionam com um sistema da prática.

Cada um desses braços do yoga conta com diferentes diretrizes e objetivos. E, no caso do Niyama, a ideia é trabalhar a moral e a disciplina de seus praticantes. 

Dentro do conjunto de práticas do Niyama, o conceito de Santosha dialoga diretamente com a disciplina e controle sobre seus desejos e expectativas.

Santosha não precisa ser exclusivo da modalidade Raja

Então, Yoga e Santosha estão intrinsecamente conectados. E, apesar de ser especialmente abordado dentro do Raja Yoga, o conceito não é exclusivo dessa modalidade.

Praticantes de demais tipos de yoga e pessoas que simplesmente se conectam com essa ideia podem praticá-la. Basta se dedicar a estudar o Santosha, se aprofundar no conceito e encaixá-lo em sua rotina dentro de suas possibilidades.

Santosha é sinônimo de acomodação?

É comum que as pessoas associem a ideia de contentamento com passividade, resignação e acomodação. E talvez esse seja o principal equívoco sobre o conceito de Santosha.

Isso porque Santosha não é sinônimo de acomodação, de acordo com os ensinamentos do Yoga.  

Não faria nem sentido, já que a prática de yoga visa justamente levar a um caminho de evolução pessoal e espiritual.

Mas como essa busca por evolução dialoga com contentamento?

De acordo com essa leitura sugerida, o Santosha propõe um olhar positivo mesmo quando a realidade não é a desejada. Não quer dizer que o desejo deixa de existir, mas que, naquele momento, não é um problema que ele não tenha sido realizado. 

O desejo ainda pode existir e ainda pode ser realizado. Mas, quando isso não acontece, você pode enxergar algo positivo na situação.

Santosha é sobre aceitar e ainda vislumbrar possibilidade de melhora 

Vamos considerar aqui um exemplo que pode ajudar a entender melhor. Imagine que você tem o desejo de receber uma promoção no trabalho após um ano na mesma função, mas, ao fim desse período não recebe.

O conceito de Santosha propõe que você entenda que aquelas circunstâncias não eram as ideais para a tal promoção. Mas você ainda tem um emprego, e ainda pode conseguir a promoção desejada em outro momento. E, nesse meio tempo, você pode ainda evoluir como pessoa e profissional para melhor exercer o cargo desejado.

Portanto, podemos dizer que o Santosha é sobre aceitar circunstâncias, e vislumbrar possibilidade de melhora mesmo quando o cenário não é como aquele que projetamos.

O conceito de Santosha pode caminhar para a positividade tóxica?

Por outro lado, é preciso reconhecer que emoções são naturais aos humanos, incluindo aquelas que nos fazem acessar sentimentos negativos.

Considerando o exemplo do item anterior: você tem todo o direito de se chatear caso não consiga a promoção desejada depois de tanto empenho e dedicação no trabalho.

Assim como você pode sentir frustração diante de qualquer situação em que o resultado seja diferente do desejado.

E quando falamos sobre isso, também abrimos a discussão sobre a positividade tóxica em que o Santosha esbarra. Afinal, é preciso espaço para vivenciar e expressar sentimentos que não são positivos, mas são totalmente naturais.

E a positividade tóxica é justamente baseada em ignorar essas experiências negativas e focar unicamente no “lado positivo” das situações. Com isso, não se reconhece que algumas experiências trazem mais malefícios do que benefícios.

Sabe aquela pessoa que você acha que é a mais evoluída espiritualmente? Ela também vivencia sentimentos negativos, e não há nada de errado nisso. Ela não deixa de ter um desenvolvimento espiritual por se sentir triste ou frustrada quando não consegue o que quer.

Por isso, se você tem um compromisso de praticar o conceito de Santosha em sua rotina, é preciso muita atenção para não cair na lógica da positividade tóxica.

Dicas para incluir o conceito de Santosha na sua rotina

É complexo estabelecer regras para a incluir o conceito de Santosha na sua rotina, já que a aplicação depende muito das particularidades da vida de cada pessoa. 

Mas podemos citar aqui algumas práticas que podem ser trabalhadas para que o contentamento do Santosha se faça presente.

  • Analisar a energia e tempo gastos  com pensamentos sobre desejar ou desgostar de algo, e diminuir, em caso de necessidade
  • Se possível, tentar encontrar pontos positivos em situações que, inicialmente, parecem negativas
  • Praticar a gratidão diariamente
  • Se questionar e distinguir desejos e vontades
  • Praticar o desapego material
  • Buscar autocontrole das suas emoções 
  • Viver o momento presente, evitando gastar energia com futuro e passado, já que estão fora do seu alcance

A relação entre Santosha e saúde mental

Na teoria, o conceito de Santosha soa como um sonho para qualquer pessoa. Afinal, quem não quer viver com a sensação de plena satisfação com a própria vida? Este é o mundo ideal.

Mas é preciso reconhecer também que há um problema nisso. Isto porque a questão da saúde mental também tem muito a ver com nossas expectativas, vontades e perspectivas sobre nossa realidade. E quando estamos vivenciando algum quadro de distúrbio mental, nossa visão sobre tudo isso acaba mudando.

Frustração e culpa podem surgir no caminho do Santosha

A depressão e a ansiedade podem ser fatores que dificultam o reconhecimento de aspectos positivos da vida. Por isso, nesses casos, a busca por uma vida baseada no Santosha pode trazer frustração e culpa.

Então, mesmo que a pessoa deseje seguir o caminho do Santosha, será necessário mais do que apenas a aplicação desse conceito. Na verdade, nesses casos, o Santosha pode funcionar melhor como um adicional ao acompanhamento terapêutico tradicional.

É interessante que você leve o conceito para a terapia para verificar com profissional da área se a lógica pode te beneficiar num processo de melhora desses quadros.

Santosha é “para quem pode”?

Já entendemos que o Santosha não anula um caminho para evolução pessoal, espiritual, profissional e qualquer outro desenvolvimento que seja.

Mas é interessante levantar possíveis problemáticas para um conceito que propõe o contentamento com as circunstâncias. Isto porque as circunstâncias vão variar de pessoa para pessoa, e algumas podem ser mais fáceis de se viver do que outras. 

Condições de vida podem influenciar a aplicação do Santosha

Por isso, é totalmente válido questionar se o Santosha “é para quem pode”. É mais fácil viver sob essa regra quando se tem uma condição de vida confortável, sem preocupações financeiras, por exemplo. 

O mesmo vale para quem vive em um ambiente familiar e doméstico saudável, e todo tipo de circunstância básica de vida que não é nociva à nossa saúde física e mental.

É preciso analisar quando é possível aplicar o Santosha

Ao considerarmos as diferentes condições de vida, principalmente para a realidade brasileira, podemos afirmar que o Santosha pode, sim, ter aplicação mais fácil na vida de algumas pessoas.

Então, se você não faz parte deste grupo, é interessante que analise quando o conceito realmente faz sentido para suas vivências.

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O que ouvir enquanto pratico yoga?

No silêncio, ao som de músicas tradicionais ou de mantras, afinal, o que devo ouvir enquanto pratico yoga? A Arimo te ajuda a responder a essa pergunta.


O som é uma parte importante na composição da atmosfera de um ambiente.

Seja para trabalho, para relaxar, praticar um hobby ou uma atividade física, o que você escuta faz diferença na hora de realizar a atividade pretendida.

Afinal, o som pode te ajudar a se concentrar, a se sentir mais à vontade e até melhorar seu humor. Mas também pode dificultar o foco, irritar e causar incômodos.

Por isso, é importante selecionar bem o que escutar enquanto realiza qualquer atividade. E quando o assunto é yoga não poderia ser diferente.

A prática, na verdade, exige um cuidado ainda mais minucioso. Isto porque é uma atividade praticada para alcançar um estado mental e de espírito de calma e harmonia. Músicas muito agitadas, por exemplo, podem não combinar com essa proposta.

Então, o que ouvir enquanto pratico yoga? 

Essa é uma resposta que vai variar de acordo com cada pessoa e prática. Por isso, hoje a Arimo te ajuda a responder a essa questão de acordo com sua própria realidade.

  • É melhor praticar yoga em silêncio ou com algum som?
  • O que ouvir enquanto pratico yoga: taças tibetanas
  • O que ouvir enquanto pratico yoga: mantras
  • Benefícios dos mantras no yoga
  • O silêncio na prática de yoga
  • O que é mouna?
  • O que não ouvir enquanto pratico yoga?

É melhor praticar yoga em silêncio ou com algum som?

Estamos tão acostumados a uma vida corrida, de muitos estímulos visuais e sonoros, que quando a proposta é desacelerar esse ritmo, dúvidas acabam surgindo. 

Quando começamos a praticar yoga, por exemplo, algo comum a se questionar é: devo realizar a atividade em silêncio ou com algum som?

Afinal, é bem comum que as pessoas associem a prática à quietude. Afinal, trata-se de um momento para silenciar a mente, diminuir o fluxo de pensamentos e focar apenas no momento presente. Então, há uma lógica na ideia de praticar yoga em silêncio.

Mas a verdade é que o som que embala essa atividade vai variar de acordo com diferentes critérios. 

  • Quem instrui a aula: Professores de yoga são quem geralmente determinam o som desse momento.
  • Modalidade: há modalidades de yoga que exigem completo silêncio, como o yoga restaurativo. Já em outros tipos de yoga, como o Yoga Dance, o som é praticamente indispensável.
  • Preferência pessoal: quando há autonomia de escolha, você pode ouvir aquilo que mais gosta e faz sentido para a prática
  • Objetivo: Há quem pratique yoga para exercitar o corpo, há quem pratique para relaxar. E o som influencia bastante no alcance desses objetivos, por isso este também pode ser um critério de escolha.

Então, em resumo, podemos dizer que não há uma única resposta quando se pergunta: “é melhor praticar yoga em silêncio ou com algum som?”.

Se sua prática é solo, vale avaliar seu objetivo e preferência, antes de cravar uma resposta.

Agora, se você pratica yoga em aulas conjuntas, vale conversar com a turma e quem instrui vocês. Afinal, o grupo pode experimentar diferentes sons e formas de silenciar, para entender o que preferem e o que funciona melhor para as aulas.

O que ouvir enquanto pratico yoga?

1) Taças tibetanas

Se você prefere deixar o completo silêncio de lado e praticar yoga ao som de algo, abre-se um leque de possibilidades. E dentro desse conjunto, existe a sonoridade das chamadas taças tibetanas.

O que são taças tibetanas?

As taças tibetanas são objetos de origem asiática e milenar. A forma delas se assemelha a de tigelas que usamos para armazenar alimentos.

Mas a finalidade dessas taças não poderia ser mais diferente: elas são utilizadas para ajudar no relaxamento e no alcance do estado meditativo. Esses itens são usados até mesmo em sessões para aliviar dores e liberar tensões musculares.

Acredita-se que esses benefícios são atingidos com o uso das taças tibetanas por causa da vibração que elas emitem — ressoando no corpo — ao serem tocadas.

Contraindicações das taças tibetanas

Apesar de serem ferramentas creditadas como potentes por seus utilizadores, há algumas contraindicações ao uso das taças tibetanas.

De acordo com essa leitura sugerida, pessoas com implante metálico, por exemplo, precisam ter especial atenção para a necessidade de precauções.

Pessoas gestantes também devem ter cuidado quando a prática de yoga envolve taças tibetanas. A autorização médica é necessária nesses casos.

De toda forma, vale sempre avaliar com quem te instrui na prática se alguma condição física ou mental que você apresenta pode ser afetada negativamente por essas vibrações.

2) Mantras

Para quem opta por uma prática sonora, uma outra opção interessante é a utilização de mantras.

Os mantras são práticas vocais em que se repetem palavras, frases e sons sagrados, com o objetivo de torná-los uma realidade em nossas vidas.

Verbalizando os mantras

A entoação de mantras vai muito além do yoga, mas dentro da atividade, você pode utilizar de duas formas. A primeira delas é você verbalizá-los.

Essa é uma maneira que pode ser especialmente benéfica para quem pratica, já que acredita-se que a entoação de mantras provoca uma vibração que ativa o fluxo de energia.

Mantras entoados por terceiros

Outra maneira de introduzir os mantras na sua prática de yoga é escutando a entoação de terceiros.

Pode ser na voz de quem te instrui no yoga, por exemplo.

Mantras musicados

Mas também é possível escutar músicas que trazem essas repetições sagradas.

Existem diversos mantras que são adaptados para diferentes melodias, que podem embalar sua prática.

Orientação profissional é indispensável

Independentemente de qual tipo de mantra você optar por utilizar na prática, é essencial que você tenha orientação profissional para isso. Afinal, alguns momentos da atividade vão exigir maior concentração, e o som pode, sim, acabar distraindo.

Verifique sempre com quem te instrui na prática quando é o momento ideal para incluir a entoação de dizeres sagrados — como no início ou fim da atividade.

Benefícios dos mantras no yoga

No geral, os mantras nos ajudam a encontrar um estado meditativo e a melhorar a concentração. Mas, não somente.

Segundo os estudiosos da área, os mantras ajudam a materializar em nossas vidas aquilo que entoamos. E como cada mantra tem um objetivo específico, os benefícios alcançados através dessa técnica podem diferir de acordo com cada repetição sagrada.

Os diferentes benefícios dos mantras

Acredita-se, por exemplo, que o mantra Om potencialize as sensações e efeitos do yoga. Por isso, essa é uma repetição tão associada à atividade. Mas, além disso, também pode ajudar a alcançar maior concentração e foco em atividades diárias.

Para quem busca acalmar a mente, a entoação do Om Namah Shivaya pode ajudar. O mantra é usado também para renovação de energia, substituindo as negativas pelas positivas.

Intenção é chave para alcançar os objetivos

Vale notar que, não basta apenas fazer essas repetições sagradas sem a devida fé nos mantras. É preciso colocar toda a sua intenção na entoação desses dizeres.

Buscar conhecimento é sempre importante

Assim como no caso de qualquer outra técnica do yoga, é sempre importante aprofundar seus conhecimentos. Com os mantras não poderia ser diferente.

Conhecer os mantras, seus objetivos e suas complexidades te ajuda a entender quais são aqueles que você realmente precisa, e em que momento utilizá-los.

Por isso, o estudo sobre os mantras é bastante benéfico.

O silêncio na prática de yoga

Segundo matéria da BBC, mesmo sem estímulos sonoros, nossa mente não para.

O fluxo de pensamentos é constante. E durante a prática de yoga, buscamos justamente desacelerar esse ritmo e promover foco no momento presente, ao invés de focar no mar de pensamentos que corre em nosso interior.

Então, como algumas pessoas podem achar interessante o silêncio na prática, quando ele não necessariamente desacelera esse fluxo?

Desafio é importante na prática

A primeira justificativa está no desafio.

Afinal, vencer o ritmo dos próprios pensamentos quando se está em silêncio é exatamente isso: um desafio. E a prática de yoga não é feita apenas de relaxamento e harmonia, é também superação.

Desenvolvimento do autocontrole

Além disso, quando você consegue se superar nesse sentido, há gratas recompensas. Uma delas é o desenvolvimento do autocontrole.

Você passa a ter maior autonomia sobre o fluxo de pensamentos não apenas durante o yoga, mas em momentos rotineiros, o que pode ajudar em diversas situações.

Auxílio na redução de estresse

O autocontrole em situações além do yoga, por sua vez, desencadeia no auxílio da redução do estresse.

Por isso, podemos dizer que há uma corrente de benefícios que podem ser alcançados através de uma prática de yoga silenciosa.

O que é mouna?

Não é à toa que o silêncio é tão comumente associado ao yoga. A atividade inclui a prática de uma técnica chamada mouna/mauna, que significa nada mais nada menos que: silêncio.

Mas engana-se quem acha que se trata do silêncio comum, aquele que é caracterizado apenas pela ausência de som. 

Silêncio de dentro para fora

Quando o assunto é mouna/mauna, estamos falando de silêncio profundo. Silêncio este que começa de dentro para fora.

O silêncio interno é o silêncio da mente, que busca nos tirar de um constante diálogo interior, e nos colocar em um lugar de observação interior.

Mouna/Mauna pode ajudar no autocontrole

Através dessa observação, você consegue entender como sua mente funciona, o que pode facilitar no autocontrole citado no item anterior.

A técnica meditativa do mouna/mauna aplicada no yoga segue etapas progressivas. Desta forma, a pessoa pode ir aos poucos dominando tal prática. 

Mas, no fim, o objetivo segue o mesmo: promover a quietude primeiro dentro de si, para então alcançar os benefícios de uma vida mais conscientemente silenciosa.

O que não ouvir enquanto pratico yoga?

Agora que você já sabe algumas opções do que ouvir durante a prática de yoga, é interessante também conhecer o que evitar durante a atividade.

Por isso, aqui vão algumas dicas sobre o que não ouvir enquanto você pratica yoga.

Evite músicas altas

Se você opta por uma prática de yoga musical, existe um fator que você sempre deve levar em consideração: o volume dos sons. 

É preciso sempre evitar o volume alto da música ou som escolhido. Afinal, a música alta pode distrair e dificultar a realização plena da prática. Por isso, mesmo que você vá escutar um mantra ou utilizar as taças tibetanas, é interessante que o som esteja baixo.

Fuja das músicas com ritmo agitado e letras

Como dito anteriormente, a música pode representar uma grande distração. E quando ela vem em um ritmo agitado e contém letras, isso se potencializa. O ritmo porque nos distancia da tranquilidade que o yoga necessita para uma realização plena, e tem como objetivo para acalmar a mente. 

Já as letras, a música cantada, e não apenas instrumental, acaba atraindo nossa atenção, como em uma troca, um diálogo. Com isso, a nossa mente também se distancia de um dos objetivos do yoga: olhar para si e focar no seu interior e no momento presente.

Há ainda a possibilidade de atrair, através de letras de músicas, energias indesejadas. A lógica é a mesma proposta pelos mantras: a de que estamos atraindo aquilo que escutamos ou entoamos durante a prática. Por isso, algumas músicas não-instrumentais podem alcançar objetivos diferentes dos que você deseja alcançar.

Evite lugares barulhentos

O ambiente da prática também pode definir o som que acompanha a atividade.

Lugares agitados e barulhentos também contribuem para distrair e tornar a prática menos eficaz. Por isso, evite esses espaços.

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Artes Marciais podem melhorar a saúde mental?

A ideia de misturar lutas e saúde mental pode ser conflituosa para algumas pessoas, mas a verdade é que podem andar lado a lado, e a Arimo te explica como!


Para quem conhece os benefícios dos exercícios físicos para a saúde física e mental, a ideia de que as artes marciais ajudam nesse sentido pode não surpreender. Afinal, essas práticas de combate e defesa pessoal também são atividades físicas.

Mas algumas pessoas também podem se perguntar se as artes marciais não nos tornam mais agressivos, por exemplo. Algo que definitivamente prejudica a qualidade da nossa saúde mental.

Então, quando o assunto é artes marciais e saúde mental, quais são os principais benefícios? Hoje a Arimo te ajuda a entender melhor sobre isso.

Confira abaixo os tópicos abordados ao longo do texto?

  • O que são artes marciais?
  • Quais são as artes marciais mais populares?
  • Artes marciais e saúde mental: quais são os benefícios dessa combinação?
  • As artes marciais são práticas inclusivas?
  • Existe contraindicação para a prática de artes marciais?
  • As artes marciais podem nos tornar mais agressivos?
  • Artes marciais são práticas voltadas para homens?
  • Artes marciais no empoderamento femino
  • Em caso de assédio, busque ajuda

O que são artes marciais?

Antes de começarmos a entender um pouco melhor a relação entre artes marciais e saúde mental, é importante sabermos exatamente o que são essas práticas. Afinal, o que define arte marcial? Quais são as atividades que se encaixam nessa categoria.

As artes marciais são práticas físicas de combate que tem como principais objetivos a autodefesa de seus praticantes a submissão de adversários.

As atividades que se encaixam nessa categoria seguem filosofias e tradições próprias. Além disso, contemplam uma série de técnicas (golpes, quedas, movimentos, em geral) que definem cada uma delas.

Origens das artes marciais

O termo “marcial” tem relação com Marte, o deus da guerra, e se refere a arte da guerra. 

Claro que essa é uma definição ocidental. Mas, mesmo em outras partes do mundo, as práticas consideradas artes marciais também recebem nomenclaturas referentes a guerra. Isto porque, de acordo com a Academia Dragão Chinês, a maioria dessas atividades foram desenvolvidas com o objetivo de serem usadas em conflitos físicos. E a utilização dessas práticas como exercício físico é algo mais recente.

Apesar de ser recorrente a relação feita entre artes marciais e lutas de origem asiática, existe uma diversidade enorme de origens (geográfica e cultural). Há práticas que foram mais desenvolvidas e popularizadas, inclusive, no Brasil.

Toda luta é arte marcial?

De acordo com cartilha da Sociedade de Pediatria de São Paulo, toda arte marcial é uma luta, mas nem toda luta é arte marcial.

Isto porque a luta visa o combate direto com o adversário. É algo mais físico e que pode carregar menos valores e diretrizes.

Mas este não é o caso de atividades como boxe, krav magá e esgrima.

Apesar do fato de que essas atividades visam o combate com o adversário,  elas obedecem regras que incluem o respeito ao outro e às regras da luta.

Esses são exemplos de lutas que são consideradas artes marciais.

Quais são as artes marciais mais populares?

Quando pesquisamos imagens de artes marciais é muito frequente encontrarmos fotos e ilustrações de pessoas utilizando quimonos. Isto tem a ver com as atividades mais populares dentro dessa categoria, já que utilizam esse tipo de vestimenta. 

É o caso de práticas como o Jiu-jitsu, Judô e Karatê. Essas são atividades amplamente praticadas no Brasil. Mas não são as únicas.

Por aqui, também são muito praticados o boxe, a capoeira e o muay thai (boxe tailandês). 

Esses últimos exemplos, inclusive, provam que o quimono não é uma exigência para que uma atividade de combate seja considerada arte marcial e conquiste adeptos.

Além desses exemplos, também entram para a lista de artes marciais as seguintes atividades: 

  • Taekwondo
  • Luta greco-romana
  • Aikido
  • Kung Fu
  • MMA
  • Kickboxing
  • Hapkido
  • Tai Chi Chuan
  • Kenjutsu
  • Krav Magá
  • Sambô

Artes marciais e saúde mental: quais são os benefícios dessa combinação?

A primeira coisa a considerar para avaliar os benefícios da união de artes marciais e saúde mental é lembrar que as atividades dessa categoria são exercícios físicos. Isso, por si só, já garante que praticantes se beneficiem, já que exercícios físicos comprovadamente melhoram nosso estado mental.

Atividades físicas ajudam a diminuir sintomas de depressão, ansiedade, podem melhorar a socialização, trazem sensação de bem-estar. Os benefícios são muitos.

Mas quais são os pontos positivos especificamente relacionados às artes marciais?

De acordo com artigo da Revista Tatame, há estudos com diferentes tipos de benefícios relacionados à prática de artes marciais. Entre eles, se destacam a melhora na autoestima, e a diminuição de pensamentos negativos e sensação de medo para praticantes regulares dessas atividades.

Os efeitos no humor são, no geral, positivos para quem se aventura nesse tipo de exercício físico. 

Evidências ainda são preliminares

Há estudos que relacionam também as artes marciais a melhora na saúde mental de pessoas com quadros específicos. É o caso de pesquisas realizadas com pessoas diagnosticadas com TDAH (Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade).

Apesar de evidenciar a necessidade de estudos mais aprofundados, algumas pesquisas já dão indícios de benefícios, mesmo que indiretamente.

Um exemplo é o estudo que mostra que a prática de artes marciais pode ajudar crianças a melhorar suas habilidades de socialização. 

Entram para a lista de benefícios melhoria no controle de foco e do equilíbrio mental.

Outro estudo aponta como esse tipo de benefício causa melhora na qualidade de vida e autoestima dessas crianças.

E tudo isso impacta positivamente o estado mental de quem pratica algum tipo de arte marcial.

São evidências ainda preliminares, mas animadoras, e encorajam a utilização das artes marciais para auxiliar na melhora na saúde mental.

As artes marciais são práticas inclusivas?

Algumas pessoas podem achar que artes marciais são práticas voltadas para um público muito específico. Afinal, a imagem de praticantes é geralmente associada a homens com porte físico semelhante, e pouco diverso.

Mas a verdade é que, com o devido acompanhamento e orientação, as artes marciais podem, sim, ser bastante inclusivas.

Podem praticar desde crianças e pessoas idosas até pessoas com alguma deficiência física ou intelectual.

Para isso, é preciso que instrutores e professores de artes marciais reconheçam as particularidades de seus praticantes. A partir de então, poderão adaptar o treinamento para cada necessidade especial. Há, inclusive, aulas especiais voltadas para cada um dos grupos citados anteriormente.

E todas as pessoas, independentemente de limitações físicas, podem experimentar benefícios físicos e mentais com a prática de artes marciais.

Existe contraindicação para a prática de artes marciais?

Como no caso de todas as atividades físicas, é necessário avaliação antes de começar a praticar. 

Um dos principais agravantes para que a avaliação impeça alguém de aderir a uma atividade de arte marcial é a possibilidade de lesões. Isto porque esportes de combate, no geral, apresentam algum nível de risco à integridade física de seus praticantes.

Por isso, pessoas com algumas condições e limitações físicas podem ser desencorajadas a aderir a esse tipo de atividade.

As artes marciais podem nos tornar mais agressivos?

As lutas, no geral, estão muito relacionadas à ideia de violência e agressividade. E não é diferente quando o assunto são as artes marciais.

Apesar de se tratar de uma atividade frequentemente praticada como um exercício físico, as artes marciais ainda são ligadas à agressividade.

E algumas pessoas podem achar, inclusive, que esses exercícios podem tornar alguém violento ou mais agressivo.

Estudos sugerem que artes marciais podem amenizar agressividade

Há diversas pesquisas que mostram exatamente o contrário, que as artes marciais podem até mesmo amenizar a agressividade.

Em estudo publicado pela UERJ foi verificado que a prática de artes marciais pode até mesmo ajudar a diminuir comportamentos agressivos em adolescentes durante jogos nas aulas de educação física, quando há maior incidência desse comportamento.

O estudo ressalta que é necessária a realização de pesquisas mais complexas, mas já dá um vislumbre sobre a relação entre artes marciais e agressividade.

Essa revelação pode ser relacionada à disciplina e ao respeito às regras, fatores que embasam a prática de artes marciais.

Violência deve ser desencorajada por instrutores

Vale notar que o ambiente e o contexto de aprendizado das artes marciais também influencia na reprodução de comportamentos agressivos.

Portanto, é imprescindível que professores e tutores trabalhem desencorajando a violência para seus alunos e conscientizando sobre o uso das artes marciais apenas dentro do ambiente devido.

Ou seja, que as técnicas ensinadas só sejam colocadas em práticas no contexto de aulas e competições, e não no dia a dia.

Artes marciais são práticas voltadas para homens?

Quem acha que as artes marciais são práticas voltadas apenas para homens está totalmente por fora do atual cenário.

Apesar de as lutas terem se popularizado especialmente entre o público masculino, hoje em dia há um crescente número de mulheres que tomam conta de ringues, tatames e aulas de artes marciais.

Olimpíadas registram recorde de mulheres nas artes marciais

Para se ter ideia, de acordo com matéria no blog da Venum, as Olimpíadas de Tóquio (2020/21) registraram recorde de participação feminina em esportes de combate.

Elas representaram 45% de todos os competidores de judô, boxe, luta e taekwondo. 

O salto na participação feminina também foi visto no UFC, um dos maiores eventos de competição de MMA (Mixed Martial Arts).

Desde 2013, quando a atleta Ronda Rousey ajudou a popularizar a categoria para mulheres, o aumento de lutas femininas foi de 60%.

Evolução ainda precisa avançar para incluir mais mulheres

A crescente ocupação feminina desses espaços representa uma importante evolução dentro dos esportes de combate. Mas é preciso um esforço maior para que mais mulheres se sintam encorajadas e acolhidas dentro dos ambientes de prática.

Se você é uma mulher que quer praticar esse tipo de atividade e ainda não se sente totalmente confortável com o ambiente, vale procurar uma aula especial. Existem diversas academias e centros de treinamento que oferecem aulas exclusivas para o público feminino.

Artes marciais no empoderamento feminino

Além dos benefícios para a saúde mental já citados, as artes marciais podem beneficiar especialmente as mulheres. Isto porque podem se tornar uma ferramenta de empoderamento feminino.

Isso acontece porque muitas vezes, entre mulheres, questões psicológicas estão associadas a sensação de impotência. Principalmente quando estamos falando de casos em que essas mulheres se sentem, em algum nível, ameaçadas fisicamente.

Considerando esse cenário, a prática de artes marciais pode ajudar a construir uma sensação de segurança e de possibilidade de autodefesa. Com isso, se constrói e se reforça também a autoestima feminina, refletindo diretamente em uma melhora da saúde mental.

Em caso de assédio, busque ajuda

Assim como em qualquer atividade, mulheres estão sujeitas a casos de assédios diversos — desde o moral até o sexual. No caso das artes marciais, a proximidade de corpos durante a prática e a exigência de um respeito inquestionável à mestres pode levar a esse tipo de situação indesejada.

Por isso, em caso de desconforto sobre esse tipo de questão, é aconselhável que a mulher busque ajuda. É imprescindível que esses comportamentos sejam reportados aos responsáveis pelo ambiente de prática e, em casos criminosos, à polícia.

O apoio de outras mulheres praticantes também deve ser encorajado. O espaço de prática das artes marciais deve ser um ambiente seguro para todas as pessoas que venham a ocupá-lo.

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Rivalidade feminina: o que é, como nos afeta e como evitar?

Discutimos sobre a rivalidade feminina, lógica que impõe disputas nada saudáveis entre mulheres e meninas desde muito cedo.


Qual mulher nunca se sentiu, de alguma forma, inferiorizada por falas e atitudes maldosas de outras mulheres?

Por muito tempo, esse tipo de cenário foi normalizado a ponto de mulheres não desejarem suas semelhantes em seus círculos sociais. Há algum tempo era comum ver aquelas que se vangloriavam por ter amizade apenas com homens, sob o argumento de que “mulheres são falsas e invejosas”.

Mas recentemente, com discussões feministas se tornando mais populares, esse tipo de pensamento vem sendo desconstruído entre quem se dispõe a entender melhor as dinâmicas entre mulheres.

E nessa busca por entendimento, a rivalidade feminina ganhou destaque. O termo é autoexplicativo e se refere à essa tendência, incutida a socialização feminina, em que mulheres subestimam, inferiorizam e difamam umas às outras.

Hoje em dia, é sabido que a rivalidade feminina é nociva e problemática. Mas qual é o motivo para ter resistido por tanto tempo? A quem beneficia? Como podemos nos distanciar disso?

Hoje te convidamos a refletir sobre esses temas que vêm distanciando mulheres de uma convivência de sororidade.

  • O que é rivalidade feminina?
  • A quem beneficia e a quem prejudica a rivalidade feminina?
  • Somente mulheres reproduzem rivalidade feminina?
  • Quais comportamentos caracterizam rivalidade feminina?
  • Existe rivalidade masculina?
  • Desconstruindo a rivalidade feminina: complexidades do processo
  • Dicas para evitar a reprodução da rivalidade feminina
  • Rivalidade feminina na cultura pop

O que é rivalidade feminina?

A rivalidade feminina consiste em diferentes práticas que visam colocar as mulheres umas contra as outras. O curioso desse comportamento é que é praticado pelas próprias mulheres.

Mas existe algo de muito masculino nisso. Afinal, a rivalidade feminina é uma estratégia e um resultado da lógica patriarcal que embasa todas as relações da nossa sociedade.

Rivalidade feminina e patriarcado andam lado a lado

A ideia central da rivalidade feminina é que mulheres são pessoas menos dignas. Por isso, você, mulher, deve menosprezar suas semelhantes, para se diferenciar delas e mostrar aos homens que você, sim, é digna.

Digna de valor, de confiança, de desejo, de oportunidades, e por aí vai.

Mas a verdade é que você não é única nesse sentido. E nem deve ser. Todas as mulheres devem ser tratadas com dignidade e respeito, devem ser valorizadas e ter igualdade de acesso a oportunidades.

Não deveria ser naturalizado que, para viver em um contexto de igualdade com o gênero oposto, você precise rivalizar com o semelhante.

Percebe como a lógica da rivalidade feminina gira em torno da aprovação dos homens?

É por isso que ela pode ser considerada uma estratégia: porque ela mantém o homem no centro das relações, mantém a ordem patriarcal. 

A rivalidade feminina também pode ser considerada um resultado do patriarcado porque é uma estratégia desse sistema que se prova bem-sucedida há eras.

A quem beneficia e a quem prejudica a rivalidade feminina?

Com a manutenção da ordem patriarcal na sociedade, a rivalidade feminina beneficia única e exclusivamente aos homens. Quanto aos prejuízos, são as mulheres as mais prejudicadas.

Mas como a rivalidade feminina prejudica as mulheres?

  • Afastando-as umas das outras
  • Fazendo com que se sintam mal sobre si mesmas (física e mentalmente)
  • Criando vivências solitárias
  • Reforçando padrões de beleza
  • Minando suas autoestimas
  • Criando conflitos desnecessários
  • Reforçando ideias machistas
  • Fazendo com que se sintam culpadas por situações em que não são culpadas
  • Tornando-as dependentes de aprovação masculina
  • Desenvolvendo quadros médicos como ansiedade e depressão

Os exemplos acima são, claro, apenas uma parte de um todo muito mais complexo. Mas dão conta de mostrar a necessidade de mudar esse cenário. E o melhor é que já está mudando. 

Apenas o fato de a rivalidade feminina se tornar pauta de conversas em todo o mundo já diz bastante sobre a conscientização quanto a esse problema. Ainda não é o suficiente para acabar com ele, mas é um início para esse processo.

Somente mulheres reproduzem rivalidade feminina?

As mulheres podem até protagonizar situações de rivalidade feminina, mas é importante ressaltar que não são as únicas a reproduzir esse tipo de pensamento.

Como dito anteriormente, a rivalidade feminina tem tudo a ver com a ordem patriarcal da sociedade. E homens — de qualquer grupo social — também podem incentivar e reproduzir ideias carregadas dessa competição entre mulheres.

Quem nunca ouviu um homem inferiorizando uma mulher diante de outra? Quem nunca notou um homem fazendo uma comparação entre mulheres mesmo quando a comparação não cabia?

Em grupos masculinos, quantas vezes as mulheres não são elencadas em ordem de melhor a pior de acordo com seus atributos físicos? As famigeradas listas de meninas mais bonitas da escola ou da turma, por exemplo, entram nesse cenário. Assim como qualquer comparação entre mulheres feita por homens.

E tudo isso são atitudes que reforçam o machismo e reproduzem a ideia de rivalidade feminina, atingindo diretamente a vivência de meninas e mulheres.

Quais comportamentos caracterizam rivalidade feminina?

Algumas pessoas podem ter dificuldade em distinguir o que caracteriza rivalidade feminina e o que caracteriza competições saudáveis. Para se orientar nesse sentido, basta fazer uma avaliação, é importante se questionar.

O meu pensamento desvaloriza ou inferioriza a outra mulher? Estou reproduzindo alguma ideia machista com relação a ela? A disputa aqui é necessária ou a ocasião pode incluir uma harmonia entre as mulheres envolvidas? Por que estou julgando essa mulher?

Vale notar que, mesmo com essas perguntas, ainda há possibilidade de um julgamento equivocado, que pode levar a reprodução dessa competição nociva entre mulheres. 

Por isso, confira abaixo alguns exemplos pontuais que caracterizam rivalidade feminina.

  • Comentários que julgam vivências e características de outra mulher
  • Listas que elencam mulheres entre melhores e piores em algum quesito
  • Comparação entre meninas da mesma família (a infância e a relação entre familiares formam as crianças e pode reforçar ideias de rivalidade entre as pequenas)
  • Elogios que mais comparam com outras mulheres do que elogiam
  • Situações em que reforçam a ideia de que mulheres precisam disputar pela atenção e/ou afeto de alguém, especialmente um homem
  • Comentários e atitudes que, em algum nível, prejudicam a mulher

Esses são apenas exemplos específicos e que são muito frequentes em nosso dia a dia, e não dão conta de definir toda a subjetividade da rivalidade feminina. Afinal, é algo tão intrínseco à nossa socialização, que nossos comportamentos podem conter pequenas doses de rivalidade feminina sem mesmo percebermos. Por isso é muito importante a atenção contínua sobre seu olhar diante de outra mulher.

Existe rivalidade masculina?

Podemos concordar que competição é algo inerente a nossa sociedade. Precisamos estar sempre nos destacando e ser a melhor pessoa em todos os âmbitos: na escola, entre os irmãos/na família, no trabalho, nos relacionamentos.

Esse é um pensamento incentivado em todos os meios em que convivemos, e homens também estão sujeitos a esse tipo de competição.

Mas isso não quer dizer que a competição entre homens se assemelhe à rivalidade feminina.

Ordem social não impõe rivalidade entre homens 

Primeiramente porque a competição não é incentivada entre si.

Na sociedade atual,  não existe uma ordem cultural dita competição entre homens — salvo exceções de grupos sociais específicos, como homens de orientação sexual e/ou raças/etnias que fogem ao padrão hetero/branco, por exemplo.

Competição entre homens existe, mas não se assemelha à rivalidade feminina 

Graças a rivalidade feminina, a ordem patriarcal se mantém. O que quer dizer que homens são o centro dessa sociedade e se beneficiam da posição de poder que ocupam.

Além disso, por ser figura central da sociedade, os acessos são facilitados aos homens.

Então, por mais que homens também entrem em lógicas de competição inerentes a essa sociedade, não se chega perto da realidade de rivalidade feminina vivida pelas mulheres.

Desconstruindo a rivalidade feminina: complexidades do processo

É preciso reconhecer que desconstruir a ideia de rivalidade feminina não é um processo fácil, pelo contrário, é complexo. Afinal, trata-se de uma característica de base na socialização feminina — você cresce internalizando ideias e comportamentos que reforçam essa lógica.

Por esse motivo, é preciso estar sempre atenta para suas relações com outras mulheres. Aquela implicância que você não sabe identificar a razão, por exemplo, pode ser justificada por isso. O mesmo vale para aqueles comentários que, para você são inofensivos, mas que, em algum nível, podem prejudicar a imagem de uma mulher. 

Às vezes, as atitudes mais simples podem esconder pensamentos de rivalidade feminina.

Além disso, também devemos entender que, por mais que você esteja num processo de desconstrução sobre isso, nem todas as mulheres estão na mesma página. Então é preciso paciência e a tão falada sororidade.

O que você pode fazer nesses casos é conscientizar e ajudar nessa desconstrução ou se distanciar, quando achar necessário.

Dicas para evitar a reprodução da rivalidade feminina

A autovigilância é extremamente importante para evitar a reprodução da rivalidade feminina. Esse é o primeiro passo não só para desconstruir ideias que incentivam essa competição desnecessária entre mulheres, mas também para notarmos nossas ideias que são afetadas por essa lógica.

1) Começando na infância

É comum que pais e familiares estimulem rivalidade entre irmãs, primas e demais meninas da família. É aí que começam a incutir as ideias de rivalidade feminina em nossas vivências, ainda na infância, um momento de formação para nós. Por isso, é importante que pais, tutores e familiares tratem as meninas de suas famílias de forma igualitária, descartem comparações e estimulem amizade e admiração entre elas.

2) Fuja dos julgamentos

Por mais leve que soe, julgamento é julgamento. E quando julgamos outras mulheres, há uma grande possibilidade de estarmos reproduzindo ideias machistas e relacionadas à rivalidade feminina. 

3) Olhe com gentileza para outras mulheres

Ao invés de julgar, é importante ter gentileza no nosso olhar diante de outras mulheres. É preciso reconhecer que viemos de contextos e vivências diferentes, e que isso impacta diretamente nossas relações com o mundo. Portanto seja gentil com a próxima e busque entender suas particularidades. 

4) Celebre a admiração 

Através desse olhar mais gentil, você já consegue melhorar sua percepção sobre as mulheres. Com isso, é possível que essas mulheres também passem a ser alvo de sua admiração. E isso deve ser celebrado. Não deixe de admirar uma mulher porque a sociedade diz que ela não é digna disso. Admire e seja admirada sem medo.

5) Incentive todas essas práticas entre as mulheres que te cercam 

Além de seguir essas dicas, é importante também incentivar essas práticas entre as mulheres que te cercam. A conscientização é um passo importante para diminuir e erradicar a rivalidade feminina, criando uma corrente de relações positivistas entre mulheres.

Rivalidade feminina na cultura pop

“Quantas de vocês já se sentiram pessoalmente vitimadas por Regina George?”.

A frase é de uma cena icônica de Meninas Malvadas, de 2004. O filme é um marco da cultura pop recente no sentido de representar as diversas facetas da rivalidade feminina — desde suas consequências até a necessidade de desconstrução.

Meninas malvadas é um exemplo positivo da utilização da cultura pop para conscientizar sobre a competição entre mulheres. E ocupa esse lugar de forma muito necessária. Isto porque, na mídia, a rivalidade feminina tem lugar em produtos culturais voltados para mulheres de todas as idades.

Até os contos de fadas revelam isso — vide a figura das madrastas malvadas que colocavam irmãs umas contra as outras e que rivalizavam sobre beleza com enteadas. Esses exemplos negativos formaram muitas meninas, o que faz com que suas relações com outras meninas e mulheres reflitam essas ideias. Pelo menos até que, em algum momento, se conscientizem sobre a problemática, e busquem se desconstruir.

Os exemplos negativos incluem também filmes, desenhos e séries que trazem grupos de garotas populares que são colocadas como superiores às outras. Mesmo que a outra em questão seja a mocinha, o grupo das populares acaba sendo visto como um ideal, já que geralmente trazem atributos físicos que se encaixam nos padrões de beleza.

Na música, esse problema também ocorre, principalmente no pop. O gênero é conhecido por rivalizar com cantoras — estejam elas engajadas ou não nessa competição, podendo ficar apenas entre seus fãs.

No Brasil, o principal exemplo atual é a rivalidade Anitta x Ludmilla. Nos EUA já vimos Britney Spears e Christina Aguilera e Taylor Swift e Katy Perry. E a verdade é que todas elas podem coexistir no mercado e ser bem-sucedidas, sem precisar se engajar em competições pouco saudáveis umas com as outras.