Conhecido por seu dinamismo, o Ashtanga Yoga vem ganhando o público. E neste post te explicamos um pouco mais sobre o motivo desta popularidade.
Engana-se quem acha que, para encontrar o equilíbrio proposto pelo yoga, é necessário imergir em uma prática estática e não muito dinâmica.
E o Ashtanga Yoga está aqui para provar isto.
A modalidade é conhecida justamente por seu dinamismo, atrelado à proposta de uma prática mais movimentada.
E é bom ressaltar que isso não significa que a prática tem menos foco no momento presente, ou que seus movimentos podem tornar a mente mais dispersa — algo que o yoga busca combater —. Na verdade, o Ashtanga Yoga apenas trabalha tudo isso de uma maneira diferente.
E aqui neste post te mostraremos quais diferenças são essas e como a modalidade funciona.
A seguir, você encontra os seguintes tópicos:
- O que é o Ashtanga Yoga e o que difere a prática das demais?
- O que é Ashtanga Yoga: o tristana
- As séries que compõem o Ashtanga Yoga
- É verdade que o Ashtanga Yoga é mais difícil do que outras modalidades?
- Ashtanga Yoga na prática: o protagonismo do praticante
- Ashtanga Yoga na prática: a importância da orientação qualificada
- Dicas para praticar Ashtanga Yoga
Vamos lá?
O que é o Ashtanga Yoga e o que difere a prática das demais?
O Ashtanga Yoga, também conhecido como Ashtanga Vinyasa Yoga, é uma modalidade que trabalha, no total, seis diferentes séries fixas de posturas (asanas).
Este tipo de yoga é caracterizado especialmente por sua qualidade energética e por sua interligação entre os asanas.
Isso porque, as poses não são executadas de forma estática e isoladas. As posturas, no Ashtanga Yoga, são integradas através de movimentos de transição.
O termo “Vinyasa”, que ajuda a intitular a prática, diz respeito justamente a esses movimentos entre uma postura e outra, e a sincronização deles com a sua respiração.
Essas características são os principais pontos de diferenciação entre o Ashtanga Yoga e as demais práticas.
Por exemplo, enquanto o Yoga Restaurativo, foca em uma permanência mais longa e estática de um asana, o Ashtanga Yoga visa uma permanência breve em cada postura e a transição entre um asana e o outro, por meio da execução de um movimento sincronizado com a respiração.
O Ashtanga Yoga também pode ser facilmente diferenciado do Iyengar yoga, e até mesmo do Hatha Yoga.
No caso da modalidade Iyengar, a diferença é que esta prática propõe uma execução mais lenta das posturas.
Já no caso do Hatha Yoga, a relação é um pouco mais difusa. Isso porque, o Ashtanga Yoga integra ensinamentos do Hatha em sua prática, e a diferença está na execução em si. Diferente do Ashtanga, o Hatha Yoga trabalha os asanas com intervalos entre uma postura e outra.
As nomenclaturas semelhantes podem causar confusão, mas Vinyasa Yoga e Ashtanga Vinyasa Yoga não são as mesmas modalidades.
O Vinyasa Yoga até se assemelha ao Ashtanga em termos de fluidez de movimentos, mas a execução dos asanas não segue uma sequência fixa.
Uma vez que você compreende essas divergências entre as práticas, certamente fica mais fácil de entender seu funcionamento.
Mas, a seguir, detalhamos para você quais são realmente os elementos que definem o que é Ashtanga Yoga.
O que é Ashtanga Yoga: o tristana
Antes de mais nada, o Ashtanga Yoga compreende o conceito de tristana.
Isto é, um trio de aspectos definidores da prática.
Sabe a respiração sincronizada com os movimentos de transição?
Esta é a base do Ashtanga Yoga, que trabalha uma forma de respiração específica: a respiração Ujjayi, também conhecida como respiração vitoriosa.
Nesta modalidade, você realiza tanto a inspiração quanto a expiração pelo nariz.
Desta forma, você consegue fazer com que o ar passe pela glote, reproduzindo um som que os praticantes de Ashtanga definem como semelhante ao som do mar.
Este tipo de respiração revela ainda um outro aspecto importante do Ashtanga Yoga: os Bandhas. Estes são bloqueios corporais que impedem a dispersão da energia e a conduzem para pontos específicos, como garganta e baixo ventre.
Como já falamos, as posturas e sua forma de execução também definem o Ashtanga Yoga, e estas são a segunda parte da tristana.
Falaremos mais sobre as posturas e sequências no próximo tópico. Mas antes é importante abordar também o terceiro aspecto da tristana: o chamado Drsti.
O Drishti contempla o foco do olhar durante a prática de Ashtanga Yoga.
Com a dinâmica da modalidade, o foco poderia ser um problema para seus praticantes, mas o Drishti instrui o indivíduo justamente para que não se disperse com distrações externas.
E, para isso, trabalha o foco no olhar em pontos fixos e específicos.
No total, são nove pontos de foco, voltados principalmente para o próprio corpo do praticante, como a ponta do nariz, o umbigo, dedão das mãos e pés, e dedo médio.
As séries que compõem o Ashtanga Yoga
Uma das principais características do Ashtanga Yoga é a utilização de sequências fixas na prática.
Mas isso você já sabe, certo? Vale lembrar também que a modalidade é composta por seis séries fixas diferentes.
Para ficar mais fácil de entender, é como se o Ashtanga Yoga trabalhasse seis rotinas de dança.
Cada uma delas com uma sequência de passos (os asanas, neste caso) diferentes, e com grau de complexidade gradativo.
Vale ressaltar que quando falamos de grau de complexidade, não significa que a prática se torna mais difícil com o passar do tempo — um mito que abordaremos mais à frente no texto.
Na verdade, a lógica é que o praticante se habitue à dinâmica do Ashtanga Yoga, e entenda seu próprio ritmo de aprendizagem ao longo deste processo, podendo avançar, assim, para as séries seguintes.
Nesta prática, você começa trabalhando uma série primária, a chamada Yoga Chikitsa.
E uma vez que você compreende esta sequência e passa a dominá-la, pode avançar para a série intermediária, que é sucedida pelas sequências avançadas.
E não se preocupe: você não terá de memorizar toda uma série de uma só vez.
Assim como a evolução entre uma sequência e outra, o aprendizado e a compreensão de cada série é gradual. Você irá trabalhar cada uma delas ao seu tempo, aprendendo pouco a pouco cada um dos asanas e sua ordem de execução.
É importante que você saiba também que chegar às séries intermediária e avançadas não exclui a possibilidade e/ou necessidade de voltar à sequência primária.
Segundo o blog Lotus Viajante, “todo mundo que pratica Ashtanga, mesmo nas séries mais avançadas, seguem praticando pelo menos uma vez por semana a primeira. Ela realmente deve ser fundamental.”
Se você quiser dar uma chance a uma série inicial ou entender de forma mais visual, a professora Déborah Dias explica tudo certinho no vídeo abaixo.
É verdade que o Ashtanga Yoga é mais difícil do que outras modalidades?
É verdade que o Ashtanga Yoga exige bastante da capacidade física de seus praticantes, já que a dinâmica da modalidade é mais acelerada e intensa do que em outros tipos de yoga.
Mas isso não significa, obrigatoriamente, um elevado nível de dificuldade, até porque o Ashtanga Yoga também contempla iniciantes.
Essa dinâmica mais intensa pode servir a quem tem proximidade com atividades físicas de ritmo mais acelerado.
Além disso, este pode ser um critério para aderir ou não à prática.
Você deseja algo mais focado no relaxamento tradicional? Então talvez o Ashtanga Yoga não seja a melhor opção para você.
Mas se você busca uma nova forma para equilibrar físico, mental, espiritual e energético, a modalidade pode ser de grande ajuda.
Ainda sobre o mito da dificuldade do Ashtanga Yoga: esse fator pode depender do seu nível de conhecimento sobre o yoga. Se você já pratica alguma modalidade ou tem conhecimento sobre posturas da prática, o Ashtanga Yoga pode ser mais fácil.
Isso porque você já deve estar habituado aos asanas — ou parte deles — que vão compor sua sequência.
Mas se, para você, o yoga é um universo completamente novo, a dificuldade pode ser tão natural quanto em qualquer outro tipo de yoga. Mas no caso do Ashtanga Yoga, além de conhecer as posturas, você também passará pelo processo de memorizá-las para a execução das séries.
No caso de iniciantes, vale ressaltar a importância do instrutor de yoga na introdução e orientação do aluno ao longo desta prática.
Mas falaremos mais sobre a orientação dentro do Ashtanga Yoga a seguir.
Ashtanga yoga na prática: o protagonismo do praticante
Anteriormente, comentamos sobre as seis séries que compõem o Ashtanga Yoga, certo?
A evolução do praticante entre essas séries ressalta também um aspecto importante da modalidade: a individualidade e o protagonismo do praticante.
Isso porque cada pessoa tem um ritmo próprio, o que faz com que a evolução de cada um se dê em momentos diferentes.
Isso quer dizer que, mesmo quando o Ashtanga Yoga é realizado em grupo, os praticantes podem estar em diferentes níveis de compreensão da prática, bem como trabalhando séries diferentes.
Ou seja, é completamente normal que, em uma aula com diversos alunos, uma pessoa esteja executando a série primária, enquanto, ao seu lado, alguém pratica as séries mais avançadas.
Nesta mistura de diferentes momentos, cresce a importância do foco individual de cada um em seus próprios movimentos, desenvolvimentos e no próprio momento presente.
E claro, você, como praticante do Ashtanga Yoga, terá as ferramentas para executar suas séries de maneira consciente e presente.
Afinal, só de ler este texto você já conhece os conceitos de respiração Ujjayi e Drishti.
A prática da respiração Ujjayi e o conhecimento dos Drishti certamente te ajudarão durante seu desenvolvimento. Mas existe outro fator fundamental para a prática de Ashtanga Yoga: a orientação.
Ashtanga Yoga na prática: a importância da orientação qualificada
O instrutor assume um papel de destaque nesta modalidade, mesmo que, muitas vezes, de forma quase que passiva.
Isso porque, em algumas práticas, ele pode estar presente apenas para corrigir uma postura, ou te ajudar a encontrar o alinhamento ideal.
Diferente de outras modalidades de yoga, no Ashtanga, o professor não está ali como um guia que te indica cada ação que você deve realizar. Uma vez que você aprende os asanas de sua sequência, o profissional atua mais como um suporte para seu desenvolvimento.
Desta forma, o protagonismo do praticante também é reforçado, já que sua evolução se torna ainda mais independente.
E apesar dessa menor dependência do aluno em relação ao professor, é de suma importância que você conheça o profissional que te apoiará ao longo deste caminho.
Afinal, ele será o responsável por te passar os asanas e as sequências que te permitirão evoluir. E mais importante: evoluir de forma segura e respeitando o seu ritmo.
Por isso, busque profissionais com a qualificação necessária e adequada para o ensino de Ashtanga Yoga.
Dicas para praticar Ashtanga Yoga
Por ser uma modalidade com aspectos bem característicos, outras dúvidas podem surgir: que tipo de alimentação deve anteceder a prática? Qual tipo de roupa devo usar para minha atividade?
Mas não existe muito mistério.
Inclusive, temos um texto completo com orientações sobre alimentação anterior e posterior à prática de yoga.
Então, apenas para reforçar: foque sempre em uma refeição e lanches leves. Principalmente porque, pela qualidade mais intensa do Ashtanga Yoga, o processo de digestão pode atrapalhar seu exercício e causar sensações incômodas.
A dinâmica do Ashtanga Yoga também deve ser levada em conta na hora de escolher a roupa para a prática.
Evite tecidos pesados e roupas apertadas, e priorize sempre roupas confortáveis e com materiais mais leves.
Desta forma, você poderá se movimentar melhor durante a prática, e não comprometerá sua mobilidade, flexibilidade, circulação sanguínea, e nem a transpiração de seu corpo.
Parece bastante coisa, mas lembra que no Ashtanga Yoga cada um tem a liberdade de seguir um ritmo individual?
Não se cobre e não se compare com seus companheiros de caminho. Pense que absorver e compreender os ensinamentos do Ashtanga Yoga vai além do tempo, e não existe pressa para chegar ao próximo asana ou alcançar a próxima série, e próximos avanços.
Seu processo é singular e importante, e toda a caminhada pelo Ashtanga Yoga contará com novos ensinamentos fundamentais para seu desenvolvimento.
E se você ainda não tem certeza se deve mesmo mergulhar de cabeça nesta modalidade, as portas do blog da Arimo estão sempre abertas.
Entre, leia, e conheça mais sobre o Ashtanga Yoga e outras atividades que podem te aproximar de uma vida mais harmoniosa e saudável.