Realmente precisamos de conexão social para o bem-estar? A Arimo traz pontos para você refletir sobre como essa questão se encaixa na sua vida.
Amizades, romances, relações familiares e de trabalho. Esses são apenas alguns exemplos de vínculos que nos ajudam a entender o quão presente as conexões sociais estão em nossas vidas.
Há pessoas que sentem menor necessidade de interação com esses grupos, e há quem precise estar sempre perto de outras pessoas para se sentir bem.
Mas fato é que todos precisamos de conexão social para viver. E prova disso são os diversos estudos que mostram a importância das relações sociais para se sentir bem e ter uma vida de qualidade.
Para te ajudar a entender a importância dessa conexão social e analisar como isso se aplica em sua vida, a Arimo traz hoje algumas reflexões. Confira os tópicos abordados no resumo abaixo.
- Por que precisamos de conexão social para o bem-estar?
- O que é amizade de baixa manutenção?
- Como melhorar sua conexão social?
- Solidão traz perigo para a saúde física e mental, e é problema em todo o mundo
- Como fica a conexão social para pessoas com ansiedade e fobia social?
- Quando a conexão social não é necessária?
Por que precisamos de conexão social para o bem-estar?
Apesar de muito se falar sobre a importância da conexão social para o bem-estar, a razão para isso pode ser desconhecida para algumas pessoas.
Faz sentido que a proximidade com pessoas queridas te alegre e traga ânimo e segurança para diferentes aspectos da vida. Mas em termos específicos: como essas relações podem nos beneficiar?
Falta de interações sociais pode desencadear sofrimento mental
Ao se sentir sozinha, é comum que você também tenha a sensação de falta de esperança, abandono, tristeza e frustração. E tudo isso pode ainda caracterizar e/ou desencadear quadros clínicos de sofrimento mental, como depressão e ansiedade.
O impacto da solidão e/ou falta de conexões sociais na nossa saúde mental é mais conhecido do que o impacto na saúde física. E isto se deve, em partes, pelo período de pandemia de Covid-19, quando nossas relações ficaram, em sua maioria, restritas ao ambiente online — e, em alguns casos, nem isso.
Solidão é associada a problemas de saúde física
Além da importância para a saúde mental, a conexão social também tem a ver com a saúde física. Segundo reportagem da CNN Brasil, solidão e isolamento são frequentemente associados à menor eficácia do sistema imunológico e a doenças cardiovasculares, como a hipertensão.
Em matéria da BBC, a solidão também é apontada como um fator agravador para o aumento da pressão sanguínea e o maior risco de acidente vascular cerebral e morte prematura.
Isolamento pode caracterizar sofrimento mental
Assim como o isolamento pode causar sofrimento mental, o sofrimento mental também pode causar isolamento. É comum que pessoas com quadros de depressão se afastem de todos. Por isso, vale ter atenção para seu comportamento de isolamento e o de demais pessoas ao seu redor. Além da companhia de alguém, é possível que haja também a necessidade de ajuda médica profissional.
O que é amizade de baixa manutenção?
Você já escutou alguém dizendo que tem pouco tempo até mesmo para interagir com amigos?
Apesar de a solidão não ser característica de uma única faixa etária, é fácil ver adultos relatando esse tipo de situação.
Para algumas pessoas, uma relação distante com amigos traz a sensação de solitude. Mas, para outras, a distância não afeta a conexão com a outra pessoa.
Sabe aquele amigo que você passa dias, semanas, meses e até mesmo anos sem uma troca frequente, mas, quando retomam o contato, a amizade segue a mesma? Esse é um exemplo do que hoje em dia é chamado de amizade de baixa manutenção.
Impacto das redes sociais na percepção das relações
O tema vem se tornando cada vez mais discutido principalmente nas redes sociais. E é justamente essa presença crônica online, característica das redes sociais, que traz diferentes percepções sobre as relações. Afinal, o ambiente online dá a impressão de que precisamos responder com rapidez e a qualquer momento em que se é abordado.
E a verdade é que ninguém precisa estar disponível online o tempo inteiro porque isso nem mesmo é saudável.
Então, a amizade de baixa manutenção tem mais a ver com nossas expectativas sobre as relações com o outro do que com uma categoria de amizade.
É importante se fazer presente na vida de amigos. Isto nos ajuda a mostrar o valor dado a conexão com a outra pessoa. Mas a baixa frequência de troca com pessoas queridas não torna a relação menos importante, menos valorizada ou superficial. É preciso sempre levar em conta a disponibilidade da outra pessoa e circunstâncias subjetivas, como a saúde mental, que afeta bastante a disponibilidade emocional e afetiva.
Como melhorar sua conexão social?
Independentemente da percepção sobre as nossas relações, existem maneiras de melhorar nossa conexão social.
Relacionamentos exigem empenho, e algumas dicas podem ajudar a facilitar nessa dedicação necessária.
1) Você está mesmo sem tempo?
A primeira dica é avaliar se você realmente está sem tempo para encontrar e conversar com amigos e familiares.
Isto porque, muitas vezes, vivendo no automático, acabamos desconsiderando períodos de tempo livre que facilmente poderiam ser ocupados com um tempo de qualidade ao lado de alguém querido.
Não se cobre, caso queira, nesses momentos, um tempo sozinha. Mas lembre-se que a presença de amigos em sua rotina é importante. Não apenas para lhe causar bem-estar, mas para compartilhar bem-estar com essas pessoas.
2) Uma mensagem pode salvar o dia
Às vezes, uma amizade não precisa de muito: apenas uma mensagem pode salvar o dia. Apesar de não parecer tão importante, um “Oi, como você está” pode ser exatamente o que você ou um amigo/familiar precisam ouvir. Afinal, assim, demonstramos interesse e preocupação sobre a outra pessoa, trazendo a sensação de valorização da amizade.
Vale também chamar o amigo/familiar para conversar sobre ocorridos do dia, dividir acontecimentos da rotina um com o outro. Tudo isso ajuda a estreitar a relação, não exige muito tempo disponível, e ainda caracteriza a interação social que tanto precisamos.
3) Inclua os encontros na sua rotina
Uma ótima forma de manter a conexão social com pessoas queridas é incluir os encontros com elas em sua rotina. E isso pode acontecer de diferentes formas.
- marcar de ver amigos/familiares em uma frequência semanal ou mensal
- aderir a atividades como hobbies ou exercícios físicos ao lado de amigos/familiares
- conversar com amigos/familiares durante tempo livre no transporte público
- marcar de assistir séries/filmes ou jogar algo juntos, seja presencialmente ou remotamente
Solidão traz perigo para a saúde física e mental e é problema em todo o mundo
Sem conexões sociais, o isolamento e a solidão ganham espaço em nossas vidas. E esse é um movimento que vem se tornando cada vez mais comum no mundo inteiro.
O problema é tão grande que ganhou atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a CNN Brasil, em 2023, a OMS classificou a solidão como prioridade de saúde global.
Para se ter ideia, o texto afirma que, em pesquisa realizada em 142 países, 1 em cada 4 pessoas adultas relatam se sentir muito ou bastante solitárias. E que crianças e adolescentes não fogem desse sentimento desolador.
Os dados dão conta de compreender que, mesmo em uma sociedade hiperconectada, as conexões não têm sido necessariamente de qualidade.
Além disso, esse cenário pode ajudar a adoecer a população mundial, afinal, como vimos anteriormente, a falta de conexão social afeta diretamente a saúde das pessoas.
Para contornar a situação, a OMS trabalhará, nos próximos três anos, analisando dados científicos para determinar estratégias para melhorar a conexão social entre as pessoas.
Como fica a conexão social para pessoas com ansiedade e fobia social?
Há quem sinta medo, ansiedade e forte desconforto diante da simples ideia de interagir com alguém. Essa é uma característica do que chamamos de ansiedade social.
De acordo com a leitura sugerida, no blog do Dr. Drauzio Varella, a ansiedade social é mais comum do que se imagina. Todas as pessoas podem sentir isso diante de alguma situação de interação social que lhe cause certo desconforto e/ou preocupação.
Nesses casos, é importante nos prepararmos mentalmente para essas situações — seja uma apresentação em público, uma entrevista de emprego ou um encontro. Afinal, dependendo do nível de ansiedade, é possível controlá-la.
Você pode investir em técnicas de relaxamento e atividades que te façam sentir maior segurança para qualquer que seja a interação social que te aguarda.
Mas existem pessoas que, mesmo com preparação e tentativa de relaxamento, podem se sentir sufocadas pela ideia de uma conexão social. Nesses casos, é importante atenção e orientação profissional porque pode se tratar de um quadro médico de ansiedade ou fobia social.
Como já falamos aqui no blog, o sentimento de ansiedade é natural até certo ponto. Quando essa ansiedade passa a ser tão forte que nos impede de realizar as mais simples tarefas, precisamos de ajuda profissional. Quando falamos de fobia social, a lógica é semelhante.
Você evita frequentar alguns locais porque sabe que exigem certo nível de interação social? Foge de diálogos básicos até mesmo com pessoas próximas a você? Você sente que essa ansiedade te impede de viver a vida plenamente e se relacionar com as pessoas?
Se você respondeu sim para essas perguntas, é importante buscar ajuda profissional porque é possível se recuperar desse quadro. O acompanhamento psicológico e, às vezes, tratamento medicamentoso, podem ser a porta de entrada para uma vida de menos ansiedade diante de conexões sociais.
Quando a conexão social não é necessária?
Com tantos benefícios relacionados à conexão social, será que existe alguma ocasião em que essas relações não são incentivadas?
Surpreendentemente, sim, existe ocasião em que uma conexão social pode não ser positiva. Isto acontece quando as relações interpessoais não são saudáveis.
E aqui precisamos ressaltar que relacionamentos tóxicos são possíveis em todas as esferas da vida. Pode ocorrer entre familiares, entre amigos, entre parceiros afetivos e colegas de trabalho.
São esses tipos de conexões que devemos evitar, priorizando relações com quem nos quer bem e traduz isso em suas interações.
O que caracteriza uma relação tóxica?
Vale lembrar que é possível que haja dificuldade em identificar quando se está vivendo uma relação nociva.
Por isso, tenha atenção a alguns aspectos que podem servir como sinais para esse tipo de conexão social negativa.
Esteja alerta caso a outra pessoa:
- Cause constante sensação de humilhação
- Te ameace e/ou o intimide
- Tente controlar você, suas vontades, gostos e relações
- Menospreze seus sentimentos
- Manipule emocionalmente
- Seja agressiva verbal e fisicamente
Relacionamentos tóxicos têm salvação?
Por mais querida que a pessoa seja a você, se o comportamento dela se encaixa nos itens acima, é preciso reconhecer que o relacionamento não vai bem.
Nesses casos, há dois principais caminhos para reverter a situação: se afastar completamente e trabalhar na melhora dessa relação. Isto porque mesmo relacionamentos que não são saudáveis podem mudar.
Para que essa segunda opção seja possível, no entanto, é preciso que ambas as partes estejam emocionalmente dispostas. É preciso reconhecer o problema e se dispor a resolvê-lo juntos — um trabalho que exigirá grandes mudanças de mentalidade e comportamento.
Trabalhos terapêuticos como os voltados para a família e casais podem ser de grande ajuda nesse processo. A orientação de psicólogos em ambiente de trabalho também pode ser importante para mediar relações nocivas.