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5 asanas do yoga que são mais complexos do que parecem

Separamos 5 asanas do yoga que são mais complexos do que parecem, para te ajudar a entendê-los melhor e executá-los.


Frequentemente falamos aqui no blog sobre como o yoga pode parecer, para algumas pessoas, mais difícil do que realmente é.

Mas e quando é ao contrário?

Existem asanas que parecem super fáceis de realizar, mas são, na verdade, muito mais complexos do que parecem.

Por isso, nós separamos aqui cinco deles para que você aprenda mais sobre sua execução e desafios.

E já adiantamos que nem sempre complexidade é, necessariamente, sinônimo de dificuldade.

Então a abordagem vai além dos desafios físicos do yoga, abrangendo também as exigências mentais e espirituais de algumas posturas.

No texto a seguir você vai encontrar — e se surpreender com — mais informações sobre os seguintes asanas:

  • Postura do cadáver (Savasana)
  • Pose do triângulo (Trikonasana)
  • Pose de árvore (Vriksasana)
  • Pose da montanha (Tadasana)
  • Pose do camelo (Ustrasana)

Então pega seu tapete, e prepare-se para novos conhecimentos!

1) Savasana (Postura do cadáver): quais são as dificuldades?

Ao buscar pelos termos “Postura do cadáver” e “Savasana”, pessoas desavisadas podem ter uma impressão completamente equivocada sobre o asana.

A julgar pelos resultados da pesquisa, é possível deduzir que, para realizar essa pose, basta deitar e manter braços e pernas esticados e afastados uns dos outros.

E, de fato, para realizar o Savasana você fará essas coisas.

Mas quem já tem maior intimidade com o yoga já sabe que vai bem além disso — e agora você também saberá o porquê

A postura do cadáver pode ser considerada um dos asanas que mais exige do praticante. Mas diferente de outras posturas, o desafio aqui não é apenas físico.

Claro que algumas pessoas podem ter dificuldade em se manter completamente paradas — como pede o asana —, mas a quietude da mente também é importante.

Até porque, o Savasana é conhecido como o exercício de relaxamento final da prática. E é por esse motivo que, com sua execução, buscamos nos livrar das tensões físicas, psicológicas e espirituais.

A complexidade da Postura do cadáver

Então, além de manter o corpo praticamente estático — com exceção do movimento de inspirar e expirar —, você precisa diminuir o ritmo da sua mente.

E apesar de não parecer tão difícil, na prática constatamos o contrário.

O savasana faz parte da lista de asanas do yoga que são mais complexos do que parecem. Isso porque nossa sociedade normalizou tanto um ritmo acelerado de vida, que para muitas pessoas é difícil diminuir essa intensidade.

Visando uma prática de yoga mais rápida, inclusive, há quem pule a postura do cadáver por achar que se trata apenas de alguns minutos em posição deitada — “sem fazer nada”.

Mas a verdade é que este asana pode ajudar a potencializar sua prática.

Ao executá-lo, existe uma entrega por parte da pessoa praticante, que utiliza o momento para criar consciência sobre o corpo, a mente, e o momento em si.

E também por isso, o Savasana é frequentemente usado para dar início a um estado meditativo.

Então a próxima vez que você ouvir que o Savasana é uma das posturas mais fáceis do yoga, lembre-se que, na verdade, este pode ser um asana especialmente desafiador.

E ele exigirá de você toda concentração e consciência possíveis.

O savasana na prática

O objetivo aqui é um relaxamento consciente.

Para isso, você vai se deitar sobre o tapete.

A ideia é que você esteja com o corpo alinhado de forma que os ombros estejam encostados no chão. As pernas devem ficar afastadas. Uma dica da professora Pri Leite, no vídeo abaixo, é deixar os calcanhares em cada ponta do tapete.

Isso porque, segundo a instrutora, as pernas unidas podem tensionar algumas regiões do corpo, ao invés de relaxar, como o asana pretende.

Já os braços, devem estar levemente afastados do corpo e esticados, de preferência com as mãos abertas, viradas para cima, e na altura do quadril. Pri Leite explica ainda que algumas pessoas podem encontrar outras posições para os braços, mas a mais tradicional é a descrita aqui. 

Outro ponto importante é que as mãos estejam sempre abertas e voltadas para cima, assim você mostra abertura aos benefícios da prática que vai chegando ao fim.

2) Trikonasana (Pose do triângulo): quais são as dificuldades?

Pernas afastadas, braço para cima… Em comparação ao Savasana, a imagem do Trikonasana — ou pose do triângulo — se mostra bem mais elaborada.

Mas não necessariamente desafiadora.

Até porque olhando pontos chave do corpo, como braços e pernas, a impressão pode ser de uma postura bem simples. 

Mas então, o que torna o trikonasana um dos asanas que são mais complexos do que parecem?

Em artigo no Yoga Journal, a instrutora Nicki Doane explica que no ocidente é comum que as pessoas tenham alguns músculos inferiores mais tensos, como a parte posterior das coxas.

E esse fator dificulta uma realização mais plena do trikonasana.

Outro aspecto que pode tornar a postura do triângulo mais difícil é a falta de materiais de apoio.

Isso porque, como já falamos muitas vezes aqui no blog, acessórios como blocos de yoga podem melhorar sua flexibilidade ao longo da prática.

E por isso podem ser de grande ajuda principalmente para iniciantes —  principalmente, mas não somente.

É justamente a relação entre acessórios e pouca experiência na prática que pode fazer com que alguns praticantes evitem utilizá-los.

Então é importante lembrar que acessórios não servem apenas para iniciantes, e, na verdade, podem implementar o conforto da prática de pessoas mais experientes.

O Trikonasana na prática

No vídeo abaixo, com a orientação da professora de yoga Gabriela Bez, já conseguimos ver que o trikonasana não é assim tão simples.

Segundo ela, é preciso atenção sobre o alinhamento do corpo.

Um posicionamento de pé errado, por exemplo, pode prejudicar a prática.

O vídeo chama atenção ainda para duas formas de realizar a pose do triângulo: uma que pode facilitar a vida de iniciantes e pessoas com pouca flexibilidade — com o joelho flexionado —, e uma que pode se adequar melhor à pessoas experientes na prática — com os joelhos esticados.

Confira o passo a passo para iniciantes:

  1. Sobre o tapete e em pé, você deve afastar as pernas mantendo os tornozelos alinhados
  2. Gire o pé direito, mantendo o calcanhar direito alinhado com o meio do pé esquerdo
  3. Flexione o joelho direito de forma que não ultrapasse o alinhamento do pé direito
  4. Com as mãos viradas para frente, levante ambos os braços esticados e alinhados à altura dos ombros
  5. Gire os braços para a direita, de forma que a mão possa empurrar o joelho direito e a mão esquerda fique elevada acima de sua cabeça
  6. Vire a cabeça na direção da mão esquerda e mantenha o olhar fixo nela durante a postura

Para quem já tem mais experiência no yoga, o ideal é tentar a forma tradicional de realização da postura.

Nela, ao invés de manter o joelho direito flexionado, você deve deixá-lo esticado como o esquerdo.

Vale ressaltar que ambas as execuções exigem alinhamento completo. Seu quadril e coluna não devem curvar para um lado ou para o outro.

3) Pose de árvore (Vriksasana): quais são as dificuldades?

À primeira vista, pode parecer que é como fazer um número quatro com as pernas — como na brincadeira que testa o equilíbrio de quem bebeu algo alcoólico.

Mas, obviamente, a realização da pose da árvore — ou vriksasana —  passa longe dessa brincadeira, e também faz parte dos asanas que são mais complexos do que parecem.

O único ponto comum entre um e outro é o equilíbrio.

Mas enquanto a brincadeira testa esse aspecto, o asana exige o melhor dele.

E é justamente essa uma das dificuldades encontradas na prática de yoga: conseguir se manter em pé, sem tombar, durante a execução da postura.

Mas novamente, não se trata de uma complexidade apenas física — que inclui ainda a força para se manter sobre apenas um apoio.

Para encontrar o equilíbrio necessário para este asana, é preciso ainda que sua concentração esteja completamente focada no ato, no momento presente.

Caso contrário, a mente dispersa tornará a realização do vriksasana instável.

Como realizar o vriksasana?

Abaixo você confere o passo a passo e a demonstração, em vídeo, da realização do vriksasana — pela instrutora Gabriela Bez.

  1. Com ambos os pés juntos, você deve manter a planta dos pés inteiramente colada ao tapete
  2. Posicionando o calcanhar direito na parte interna da perna esquerda, você deve elevar esse pé o máximo que conseguir.
  3. O ideal é que ele fique o mais próximo possível da virilha. Mas respeite seus limites e eleve o pé até onde conseguir.
  4. Abra os ombros e una as mãos em frente ao peito, formando o Anjali Mudra.*

* Para saber mais sobre mudras, confira este post.

4) Pose da montanha (tadasana): quais são as dificuldades?

O tadasana — ou pose da montanha, como também é chamado — é outro caso dentro dos asanas que são mais complexos do que parecem.

Até porque, quem não tem tanta intimidade com o yoga, pode olhar a postura e acreditar que basta ficar de pé e, algumas vezes, levantar os braços. 

O que essas pessoas não sabem, porém, é que por trás da simplicidade visual da pose da montanha, existe também o desafio da atenção aos detalhes.

Isso porque, para realizar o asana de forma correta, é preciso ajustar partes específicas do corpo.

Além disso, o tadasana exige que todas essas regiões do corpo estejam ativas, e pede também bastante atenção e concentração durante a pose.

Ativação do corpo na prática do tadasana

Mas o que exatamente queremos dizer quando falamos que algumas partes do corpo precisam estar ativas durante o tadasana?

Confira a orientação e o vídeo abaixo para compreender melhor como a pose da montanha funciona na prática!

Queixo: Nem elevado, nem colado ao peito, o queixo deve ficar levemente abaixado, de forma que esteja paralelo ao chão. 

Pés: essa parte do corpo deve estar completamente plantada sobre o tapete, e você pode optar por deixar os pés juntos ou um pouco mais separados.

O importante aqui é manter os dedões alinhados aos calcanhares, e levemente separados dos outros dedos.

Coxas: as coxas devem ficar ativadas, ou seja, com os músculos tensionados.

Região lombar e quadril: enquanto a região lombar deve ficar alinhada à coluna, o quadril deve se alinhar aos ombros, evitando que o corpo se curve para trás durante a pose.

Mãos: viradas para frente, as mãos devem estar bem abertas, ativando todos os dedos.

Peito: Já o peito deve estar aberto. Para isso, você pode girar os ombros para trás e travá-los ao descer.

5) Pose do camelo (Ustrasana): quais são as dificuldades?

O Ustrasana — ou como é comumente conhecido, a pose do camelo — já tem um visual mais elaborado.

Por isso, talvez, algumas pessoas já não esperem tanto que seja uma posição simples.

E de fato, não é.

Como você pode ver no vídeo abaixo, este asana exige que a pessoa praticante consiga certo nível de curvatura com as costas.

E na prática, isso pode ser bem mais complexo do que parece.

Por exigir e trabalhar a flexibilidade, o ustrasana pode ainda ser especialmente desafiador para iniciantes, que podem ainda experimentar certo desconforto com a pose.

Mas independente do nível de experiência na prática de yoga, a pose do camelo certamente implementa a mobilidade da coluna e ajuda no fortalecimento dos músculos da região.

Ustrasana na prática

Apesar de complexidade e nível de dificuldade se confundirem quando se trata do ustrasana, garantimos que você é capaz de realizar esta pose.

Acompanhe o vídeo e o passo a passo para entender como chegar à elaborada postura do camelo.

  1. Fique de joelhos sobre o tapete, mantendo os mesmos alinhados ao quadril
  2. Coloque ambas as mãos sobre seus calcanhares 
  3. Eleve o quadril e mantenha aberta a região do peito

É importante ainda se atentar à pressão que a execução deste asana exerce sobre a região da sua lombar.

O correto é que seu corpo se mantenha alinhado e o peso dele seja sentido na parte superior das costas.


A primeira vista, esses asanas podem parecer mais fáceis do que realmente são.

Com algumas dicas pontuais e prática, aperfeiçoá-los é só questão de tempo.

Namastê!