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Por que dietas restritivas não funcionam?

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Te ajudamos a entender as particularidades das dietas restritivas, seus riscos e a importância da orientação médica para quem adere a esse tipo de alimentação.


A ideia de emagrecimento — especialmente de forma rápida — é cercada de questões psicológicas e físicas. Além disso, os riscos de dietas que não são supervisionadas também rondam de maneira expressiva este universo.

Neste último caso, especificamente, um dos principais perigos se encontra na reformulação da alimentação, as famigeradas dietas restritivas.

Grupos inteiros de alimentos são completamente cortados da rotina de algumas pessoas que visam, em sua maioria, se encaixar em um padrão corporal imposto pela sociedade.

E quais são as consequências disso? As dietas restritivas podem, sob alguma circunstância, funcionar? Existem riscos de saúde para quem adota esse tipo de alimentação?

É com esse tipo de questionamento que orientamos esse artigo, no intuito de responder a essas e a demais dúvidas em torno das polêmicas dietas restritivas. Confira abaixo o resumo deste texto:

  • O que são dietas restritivas?
  • Qual é o problema das dietas restritivas?
  • Quais perigos uma dieta restritiva pode carregar?
  • A relação entre restrição alimentar e padrões de beleza
  • Reeducação alimentar: uma alternativa às dietas restritivas
  • Então, dietas restritivas realmente não funcionam?

Aviso de gatilho: o texto abaixo contém trechos sobre transtornos alimentares. Se este for um tema delicado para você, tenha atenção para a sinalização (**aviso de gatilho) que oferecemos antes de começar a abordar o assunto.


O que são dietas restritivas?

Você certamente já viu ou ouviu falar — quem sabe já até foi esta pessoa — em alguém que cortou determinado tipo de alimento da sua rotina, certo?

Há quem opte por não ingerir carboidratos, por exemplo. 

Outro exemplo é sobre quem se limita a comer um único tipo de comida. E, neste caso, são variadas as possibilidades, como uma alimentação baseada apenas em sopa ou alimentos ricos em proteínas.

Esse tipo de configuração alimentar é o que chamamos de dietas restritivas. É quando uma pessoa deixa de comer um grupo de alimentos ou restringe sua alimentação a apenas determinados alimentos.

Apesar de, há alguns anos atrás, esse tipo de rotina alimentar estar muito presente e até mesmo ser difundida em veículos de comunicação de massa — como revistas —, atualmente existe um entendimento maior do que essas dietas podem desencadear em nossa saúde. 

E spoiler: muitas vezes, essas rotinas restritivas não nos trazem benefícios.

Mas antes de falarmos mais sobre isso, destacamos aqui alguns exemplos de dietas restritivas para oferecer uma maior noção do que estamos abordando aqui.

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Exemplos de dietas restritivas

Fazem parte da lista de dietas restritivas:

  • Dieta do carboidrato ou dieta low carb
  • Dieta da sopa
  • Dieta sem glúten
  • Dieta da proteína

Qual é o problema das dietas restritivas?

Mas por que as dietas restritivas carregam uma carga negativa?

Para trazer uma informação de confiança para você, convidamos o nutricionista, professor de yoga e parceiro da Arimo Raphael Oliveira para nos ajudar a entender essa questão.

De acordo com o especialista, é preciso entender, primeiramente, que esse tipo de alimentação não é de todo prejudicial. Ou seja, as dietas restritivas não se resumem a malefícios à saúde.

“As dietas restritivas são utilizadas como uma estratégia e geralmente com ‘prazo de validade’ (são feitos protocolos para isso). E, em muitos casos, podemos melhorar a composição corporal, níveis de glicemia, [e observar uma melhora dos exames bioquímicos…,” conta Raphael.

Para além disso, o profissional também chama atenção para os tão discutidos perigos que cercam as restrições alimentares.

Segundo ele, “esse tipo de alimentação pode se tornar perigoso quando não é acompanhado pelo profissional [adequado], pois cada indivíduo é único e suas necessidades nutricionais também.”

Em resumo, antes de mais nada, você precisa entender e internalizar a necessidade e importância de um acompanhamento profissional em suas mudanças alimentares.

Seja em uma dieta mais ampla ou restrita, é preciso encontrar orientação profissional para que essa nova rotina alimentar seja benéfica para seu corpo e sua mente.

Quais perigos uma dieta restritiva pode carregar?

**AVISO DE GATILHO: Transtornos alimentares

A orientação médica pode evitar, inclusive, uma série de problemas de saúde que podem ser causados por dietas restritivas. 

De acordo com o nutricionista Raphael Oliveira, “não é raro ouvir pessoas que, ao aderir dietas restritivas, relatam muita indisposição, fraqueza, queda de cabelo, unhas fracas, perda de massa muscular, deficiências nutricionais, efeito sanfona e transtornos alimentares.”

Todos esses pontos são preocupantes, mas o último malefício deve receber atenção especial.

Isso porque, nesses casos, não apenas o corpo adoece, mas também a mente. E, segundo Rapahel, esse tipo de situação não é nada incomum.

“É muito comum pacientes que após várias tentativas com dietas restritivas apresentarem algum tipo de transtorno alimentar (bulimia, anorexia, vigorexia). Para esses casos, considero a importância de um acompanhamento psicológico também, pois muitos desses transtornos vem da consequência dessa relação corpo-mente que estão embaraçados. Se faz necessário uma investigação alimentar cautelosa e paciência para que essa relação corpo-mente seja estabelecida de forma gentil e saudável,” explica o nutricionista.

Então, caso você ou alguém de seu ciclo incorpore algum tipo de dieta restritiva, é de extrema importância a atenção sobre como essa alimentação afeta sua vida.

E se você identificar qualquer sintoma desses transtornos alimentares, é imprescindível buscar ajuda médica.

Até mesmo a restrição alimentar, quando imposta pela própria pessoa, pode ser caracterizada como um sinal de transtorno. Sabendo disso, já dá para entender como toda atenção é necessária para quem realiza esse tipo de dieta.

A relação entre restrição alimentar e padrões de beleza

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Como você já deve ter percebido, pelo tópico anterior, para além das informações e discussões técnicas, quando o assunto é dietas restritivas, é necessário entender toda sua complexidade.

Além de problemas da saúde física e psicológica, as dietas restritivas também escondem — ou escancaram — os problemas da nossa sociedade.

Isso porque a base de muitas dessas dietas é a busca por aquilo que é considerado “o corpo perfeito”, aquele que se encaixa nos padrões estéticos e de beleza que nos são impostos pela sociedade.

O corpo desejado é sempre aquele magro, definido, e muitas pessoas veem nas dietas restritivas uma ferramenta para o emagrecimento e o alcance desse modelo padrão. Essas alimentações restritas são quase como um sinônimo de emagrecimento para essas pessoas.

E provavelmente, por isso, esse tipo de dieta ganhou tanta popularidade ao longo dos últimos anos.

Mas é preciso analisar a utilização desses hábitos alimentares.

**aviso de gatilho: transtorno alimentar

Um ponto a se considerar aqui é a relação entre punição e corpos fora do padrão. Isso porque, em alguns casos, a restrição alimentar pode ser usada, consciente ou inconscientemente, como uma punição por estar fora dos padrões estéticos. E, atenção, nestes casos, pode ser caracterizado distúrbio alimentar. 

Outro aspecto que envolve padrões estéticos e podemos destacar também é a insatisfação com sua figura física. Não é como se você não pudesse fazer uma dieta, caso este seja seu real desejo.

Mas é importante que, além da orientação médica, você também entenda que, independente da sua forma, seu corpo é funcional e capaz.

Esta é uma lição que muitas pessoas podem aprender através do movimento de neutralidade corporal (body neutrality), que busca ajudar as pessoas a se olharem com mais gentileza e objetividade.

Dieta restritiva x reeducação alimentar

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Além de considerar alternativas para a mentalidade por trás das dietas restritivas, é possível também pensar em alternativas práticas.

E a reeducação alimentar é uma delas. Isso porque as duas abordam as mudanças de cardápio de formas estrategicamente diferentes.

O nutricionista Raphael Oliveira explica que:

“a restrição alimentar parte do princípio de excluir ou diminuir o consumo drasticamente de um grupo de nutriente da dieta, porém, o que muitos esquecem é que esse tipo de dieta não é sustentável por muito tempo, pois nosso corpo precisa consumir todos os tipos de nutrientes.” 

Raphael sugere ainda que, ao invés de excluir nutrientes de seu cardápio, o mais interessante é “fazer uma observação comportamental com relação aos alimentos, e realizar uma avaliação do que pode ser melhorado na alimentação, para que então, o corpo se adapte à nova rotina alimentar saudável e sustentável.”

E essa ideia de avaliação e adaptação a hábitos mais saudáveis é justamente a lógica que orienta a reeducação alimentar.

A ideia aqui não é restringir determinados tipos de comida, mas sim diminuir o consumo daquilo que não te faz bem, e investir em uma alimentação benéfica.

Ou seja, a reeducação alimentar se distancia da ideia de restrições, e foca em diversificar os alimentos que compõem seu cardápio.

Reeducação alimentar responsável

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Para realizar a reeducação alimentar, no entanto, é preciso ressaltar novamente a importância de receber uma orientação médica durante essa transição.

Isso porque cada pessoa apresenta particularidades físicas e de saúde que correspondem justamente a seus hábitos alimentares. E cabe apenas ao papel do profissional a missão de guiar o paciente nesse processo. 

Nutricionistas saberão exatamente quais são as deficiências e os excessos alimentares que precisam ser regularizados na rotina de cada paciente. 

Além disso, é preciso considerar também possíveis condições médicas que devem ser respeitadas na hora de repensar seu cardápio.

E não adianta você se basear apenas na sua opinião para determinar os hábitos alimentares que melhor podem te auxiliar a se manter bem e saudável. Não deixe de buscar orientação médica, invista em uma reeducação alimentar responsável.

Então, dietas restritivas realmente não funcionam?

Voltando ao questionamento que intitula o texto: por que dietas restritivas não funcionam? Ou melhor, dietas restritivas realmente não funcionam?

Podemos entender aqui que para que esse tipo de alimentação tenha eficácia, é preciso pensá-la estrategicamente através de orientação médica. E, ainda assim, a longo prazo, a restrição alimentar, por melhor orientada que seja, pode causar problemas sérios de saúde.

Então as dietas restritivas funcionam parcialmente e apenas para alguns casos. O melhor para quem busca mudar seus hábitos realmente segue sendo uma reeducação alimentar responsável.


O texto acima apresenta noções básicas sobre os temas abordados e não substitui o conhecimento aprofundado de especialistas.

Caso você esteja pensando em aderir a dietas restritivas ou até mesmo a reeducação alimentar, busque ajuda médica e uma mudança saudável para seu corpo e mente.

Para conhecer mais do trabalho do Raphael Oliveira, que nos ajudou com essa pauta, confira o insta @rapha.nutri.yoga.