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O que é Silent Walking ou Caminhada silenciosa?

A tendência do Silent Walking vem ganhando a atenção principalmente de jovens no Tik Tok. Você já ouviu falar nessa prática? Sabe o que é? A Arimo te conta mais sobre essa atividade, e sobre sua longa tradição.

Músicas, podcasts, áudios. Atualmente o que não faltam são sons para acompanhar nossas atividades diárias e torná-las mais toleráveis e divertidas. No caso de atividades físicas não é diferente. Basta prestar atenção em academias e centros de treinamentos: não há sempre uma música de fundo? As pessoas ali não estão geralmente usando fones?

Mas até que ponto esses sons ajudam e quando passam a se tornar distrações? E se, ao invés de trazermos um novo objeto de foco para essas práticas, reduzirmos isso e focarmos apenas na realização da atividade?

Essa última questão é o que guia o chamado Silent Walking, também conhecido como Caminhada Silenciosa. O termo vem ganhando as redes sociais e dividindo opiniões entre apoiadores e críticos. Por isso, a Arimo traz um guia introdutório sobre esse tema que vem gerando tantas discussões. Afinal, Silent Walking é uma novidade? É benéfico?

Confira abaixo os tópicos que nos ajudam a entender melhor sobre esse assunto:

  • O que é Silent Walking ou Caminhada Silenciosa?
  • Silent Walking é uma tendência nova?
  • O Silent Walking pode ser uma forma de meditação?
  • O que os críticos dizem sobre o Silent Walking?
  • Caminhar em silêncio é realmente uma prática benéfica?
  • Em que ambientes podemos praticar o Silent Walking?
  • O que levar  e o que não levar em uma Caminhada Silenciosa?

O que é Silent Walking ou Caminhada Silenciosa?

O termo Silent Walking pode ser traduzido livremente para o português como Caminhada Silenciosa. E essa simples tradução já entrega o que é essa prática: o ato de caminhar sem interferências sonoras. 

A atividade ganha popularidade justamente porque atualmente a prática de caminhada — e outros exercícios físicos — não é exatamente um momento de silêncio. Quando estamos nos exercitando, frequentemente estamos também escutando músicas e podcasts e até conversando com outras pessoas.

Silent Walking é uma prática de mindfulness

Mas a grande questão é que o Silent Walking vai muito além do simples silêncio. O silêncio, na verdade, é apenas uma ferramenta para auxiliar em algo mais importante: a conexão consigo e com o momento presente. Ou seja, podemos afirmar que a Caminhada Silenciosa é uma prática de mindfulness.

Através desse silêncio ao longo da atividade, podemos ter maior facilidade para focar totalmente na experiência da caminhada e do ambiente. Podemos perceber como nosso corpo reage à caminhada — se alguma parte dói, o que causa o incômodo —, podemos nos conectar diretamente com o ambiente em que caminhamos. Podemos até mesmo absorver os sons da natureza, caso seja uma caminhada ao ar livre. 

No caso dos sons da natureza, vale notar que eles não necessariamente atrapalham o Silent Walking. Na verdade, esses ruídos são tão naturais ao espaço que se tornam parte da experiência, e não uma interferência, como é o caso de músicas e podcasts.

Silent Walking é uma tendência nova?

Silent Walking — ou Caminhada Silenciosa — é um termo que viralizou nas redes sociais recentemente, especialmente no Tik Tok. O termo ganhou popularidade principalmente entre o público mais jovem, que é conhecido por estar quase que naturalmente conectado com o universo online.

Essa explicação nos ajuda a entender o motivo pelo qual se tornou tendência um termo que remete a algo tão natural.

Em suma, podemos dizer que a prática de caminhar silenciosamente não é novidade para muitas pessoas. Se você nasceu na década de 90 ou antes dela, na verdade, certamente praticou o Silent Walking em algum momento sem mesmo saber que se tornaria uma tendência anos depois.

Silent Walking é reflexo de uma diferença geracional

É justamente essa diferença geracional que cria o Silent Walking. Afinal, as gerações mais jovens estão tão acostumadas a viver conectadas com suas telas, que praticar uma atividade sem essa interferência se torna algo totalmente novo.

Por isso, podemos dizer que o Silent Walking é definitivamente uma tendência atualmente. Mas a prática é uma novidade apenas para parte da população.

Isso não quer dizer que pessoas mais velhas não possam praticar caminhadas silenciosas. Até porque, assim como a geração Z, essas pessoas também se tornaram hiperconectadas à telas e aplicativos. 

Então, apesar de não ser uma novidade para esse público, o Silent Walking pode representar um momento de reconexão até mesmo para eles.

O Silent Walking pode ser uma forma de meditação?

Apesar de comumente relacionarmos a ideia de meditação a um estado de não-movimento, a verdade é que podemos meditar enquanto nos movimentamos. E o Silent Walking, dependendo de como é realizado, pode levar seus praticantes a estados meditativos.

Isso acontece porque, como mencionado anteriormente, o Silent Walking nada mais é que uma diferente forma de praticar mindfulness. Para quem não sabe: mindfulness é uma prática meditativa, que inclusive populariza essa ideia de meditar em meio a atividades diárias.

Para meditar, é preciso atenção e intenção

Mas, para ser considerada uma prática meditativa, a Caminhada Silenciosa precisa ser levada a sério. Não basta apenas caminhar e deixar a mente vagar enquanto o faz. É preciso realizar a atividade com intenção.

Isso quer dizer que você deve estar com sua atenção voltada para si e para como seu corpo funciona diante dessa prática e ambiente. Foque em cada passo, em como sente o solo sob seus pés, nas sensações que o local te proporciona física e psicologicamente.

Esse foco pode ser mais facilmente alcançado quando não há interferências sonoras como a de música, podcasts e conversas — como propõe a Caminhada Silenciosa.

Vale lembrar que, assim como em qualquer outra meditação, é comum que sua atenção seja desviada em alguns momentos. O importante é aceitar esse desvio e aplicar esforço para voltar o foco ao objetivo principal: sua Caminhada Silenciosa.

O que os críticos dizem sobre o Silent Walking?

Como dito anteriormente, para muitas pessoas, o Silent Walking não representa nada de novo. Na verdade, os críticos apontam que a tendência apenas se apropriou de uma prática natural e comum a muitas pessoas e colocou um novo nome.

Esse processo é muito comum nas redes sociais, em especial no Tik Tok, onde o Silent Walking se popularizou. Por lá, é comum ver tendências de moda e comportamento antigas voltando ao centro das atenções com novos nomes.

Mas a pergunta que fica é: isso é algo exclusivo do Tik Tok? A moda, por exemplo, não faz exatamente a mesma coisa de tempos em tempos? Então por que o Silent Walking incomoda?

Críticos encaram tendência como apagamento e ignorância geracional 

O ponto aqui é que, segundo as críticas, as pessoas que popularizam esses novos nomes, colocando-os como tendências, provocam um apagamento de hábitos antigos. A Caminhada Silenciosa existe há muitos anos e não foi criada por influenciadores digitais, como alguns usuários das redes sociais podem acreditar. 

Essa é uma prática que fez e faz parte da rotina de muitas pessoas. E são elas que se posicionam contra o movimento do Silent Walking. 

São elas também que definem como ignorantes as pessoas que veem no Silent Walking uma maneira totalmente nova e revolucionária de manter corpo e mente ativo e conectados.

Então voltamos ao embate geracional. Afinal, são as pessoas mais jovens que popularizaram a prática com esse novo termo.

Para os críticos da tendência, isso revela uma falta de interesse em pesquisar sobre hábitos que eram comuns no passado.

Caminhar em silêncio é realmente uma prática benéfica?

O Silent Walking é um tipo de caminhada como a Caminhada Matinal e qualquer outra. Por isso, para falarmos sobre suas vantagens, é preciso olhar primeiro para o cenário geral, para só depois considerar os pontos positivos particulares a cada modalidade.

Quais são os benefícios da caminhada?

A caminhada é uma prática muito democrática em termos de execução e possíveis benefícios para seus praticantes. A lista de pontos benéficos dessa atividade inclui: 

  • Melhora de sintomas de sofrimento psicológico, como depressão e ansiedade
  • Redução do risco de doenças cardiovasculares
  • Fortalecimento muscular
  • Melhora da oxigenação e da circulação do sangue
  • Controle da pressão arterial

Caminhada silenciosa tem benefícios próprios?

Além dos pontos positivos citados anteriormente, que são comuns a qualquer modalidade de caminhada, o Silent Walking também pode oferecer outras vantagens interessantes. Ao menos é o que sugere um artigo da Forbes baseado em uma pesquisa preliminar realizada com camundongos.

Claro que a estrutura cerebral desses animais e de humanos apresenta diferenças importantes. Mas os resultados desse estudo ajudam a orientar algumas constatações.

De acordo com o artigo, o fator silêncio em uma caminhada, por exemplo, é de grande relevância para o desenvolvimento do cérebro. A pesquisa mostrou que o silêncio está relacionado à criação de novas células cerebrais.

Além disso, quem opta pelo Silent Walking na natureza, pode se beneficiar também da sensação de bem-estar oferecida pelo contato com esse ambiente.

Em que ambientes podemos praticar o Silent Walking?

Se a ideia da Caminhada Silenciosa é propor uma conexão mais profunda consigo e com o ambiente, é importante priorizar locais que facilitem esse objetivo.

Silent Walking na natureza 

Uma das opções mais populares entre adeptos da Caminhada Silenciosa é o ar livre. Isto porque, neste caso, há também uma oportunidade de se conectar com a natureza, algo difícil principalmente para quem vive em centros urbanos.

Para quem curte a ideia de um Silent Walking na natureza, vale procurar espaços verdes próximos a você.

Para isso, não deixe de pesquisar também sobre a segurança desses locais. Por se tratar de uma prática comumente realizada sem companhias, é importante que você tenha sua própria segurança sempre em mente e num lugar de prioridade. 

Silent Walking em centros urbanos

Apesar de o Silent Walking ser uma prática mais comumente praticada na natureza, é possível adaptá-la para centros urbanos. 

É claro que em um contexto de cidades movimentadas, o silêncio é mais dificilmente alcançado. Além disso, esse ambiente também pode trazer uma série de distrações que dificultam a concentração na caminhada.

Por isso, se você só puder praticar o Silent Walking em centros urbanos, vale escolher bem o ambiente. Você pode pesquisar locais que sejam mais quietos e menos movimentados — mas igualmente seguros.

O que levar e o que não levar em uma Caminhada Silenciosa?

Não existe uma fórmula certa para a realização de uma Caminhada Silenciosa. O essencial, claro, é apenas o silêncio. Então é importante saber o que não levar para esse tipo de atividade.

Não leve fones de ouvido para o Silent Walking

O primeiro item que se deve evitar levar para um Silent Walking é o fone de ouvido. O acessório é frequentemente utilizado como fonte de distração ou diversão quando estamos nos exercitando. E, como inicialmente pode ser difícil se desprender dele, é interessante deixá-lo de fora da sua bolsa ou mochila. Desta forma, mesmo que você sinta vontade de usá-lo, não poderá. 

Celular combina com Silent Walking?

Como dito anteriormente, uma Caminhada Silenciosa é composta por todo um contexto. A falta de ruído não é a única coisa que te permite focar no momento presente, em você e na possível meditação. Qualquer distração pode atrapalhar esse processo.

Por isso, é aconselhável não utilizar o celular para registrar vídeos e fotos desse momento. Mas isso não quer dizer que você não deva levar o aparelho.

O celular é uma forma de se comunicar, em casos de emergência e pode garantir certo nível de segurança. Além disso, ele pode ser utilizado para se localizar e monitorar a caminhada. Por isso o celular pode até te acompanhar no Silent Walking, mas apenas para uso em caso de necessidade.

Não esqueça de se alimentar e hidratar

É importante levar água e algum lanche leve e saudável A água porque precisamos nos hidratar durante a prática de qualquer exercício. O lanche, por sua vez, ajuda em casos de necessidades específicas. 

Além da fome que pode bater, inesperadamente, é interessante ter algo que possa te ajudar em caso de algum tipo de mal estar.

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Yoga é esporte?

Que o yoga é uma atividade física, já sabemos, mas será que yoga é esporte? A Arimo te ajuda a entender as diferentes abordagens e aplicações dessa filosofia milenar.

Se você está buscando um novo esporte para se dedicar, pode ser que o yoga passe longe das suas opções. Isto é algo bem natural já que relacionarmos essa atividade à sua tradição como uma prática meditativa e espiritual.

Mas essa não é a única aplicação do yoga, e algumas pessoas vislumbram até mesmo um futuro para essa prática dentro das Olimpíadas. Já imaginou que após a entrada do skate (2020/21), breaking (2024) e squash (2028) nos jogos, a próxima nova modalidade poderia ser o yoga?

Mas será que é mesmo possível que essa prática milenar e as Olimpíadas possam pertencer a um mesmo universo? Yoga é esporte? Como essa atividade poderia ser adaptada para um modelo competitivo? 

São muitas as questões em torno desse assunto, e a comunidade se divide em opiniões bem opostas ao responder algumas dessas perguntas. 

Por isso, a Arimo traz para você um apanhado de informações para te ajudar a entender melhor sobre as discussões em torno do yoga como esporte.

Confira abaixo os tópicos que serão explorados ao longo do texto:

  • O yoga é esporte?
  • Quais são as principais modalidades de yoga esportivo?
  • Quais são as principais regras do yoga como esporte?
  • Yoga e Olimpíadas: a prática pode se tornar uma modalidade olímpica?
  • Yoguis apoiam a iniciativa do yoga como modalidade esportiva e olímpica?
  • Como o yoga faz parte dos jogos olímpicos atualmente?
  • O yoga é praticado como esporte no Brasil?

O yoga é esporte?

Quando você pensa no yoga, qual das opções a seguir parecem definir melhor a prática?

  • Esporte
  • Terapia alternativa
  • Atividade física para o bem-estar

A primeira delas, o esporte, parece ser a mais distante, certo? 

Afinal, o yoga é uma atividade mundialmente conhecida por seus elementos meditativos, introspectivos e espirituais. E nada disso é algo que relacionamos diretamente a práticas esportivas mais tradicionais, como as modalidades de atletismo, natação e futebol, por exemplo.

Mas será que os elementos subjetivos da prática de yoga anulam sua possibilidade de ser considerada como um esporte? Afinal, o que é esporte?

O que é esporte?

O que entendemos como esporte são práticas objetivamente físicas. 

Ao usarmos o termo “esporte”, geralmente temos em mente atividades como corridas, lutas e jogos com bola, como handebol e basquete.

Mas é preciso lembrar que o xadrez também é considerado um esporte. Por que?

Podemos chamar de esporte toda atividade que:

  • é competitiva
  • é regulamentada e regulada por federações e confederações
  • possui regras fixas, que garantem uma competição justa para todos os competidores

Olhando para essas diretrizes, é natural afirmar que o yoga não é um esporte. Mas isso não quer dizer que não pode se tornar.

O yoga como esporte

Na verdade, na Índia, o yoga já é reconhecido como um esporte. Trata-se do Yogasana — ou Yoga Asana — uma prática um tanto quanto diferente daquela que é tão conhecida e praticada pelo mundo. Isto porque é uma atividade com foco exclusivamente físico.

A ideia de um desenvolvimento pessoal ainda pode permanecer, mas deixa de ser voltado para o lado subjetivo da espiritualidade e desenvolvimento pessoal. A evolução aqui é focada no corpo físico, na superação das dificuldades dos asanas.

Então, podemos dizer que o yoga é sim um esporte. Mas o yoga esportivo é diferente daquele que já conhecemos.

Quais são as principais modalidades de yoga esportivo?

É preciso notar que, assim como outros esportes, existem diferentes modalidades dentro do yoga esportivo. Atualmente, são três as principais modalidades, que se diferem em regras, focos, número de competidores, e outros fatores determinantes.

Yogasana tradicional 

O Yogasana tradicional é aquele realizado individualmente e com o objetivo de realizar posturas de alto nível de complexidade. Mas não apenas. É preciso demonstrar equilíbrio e estabilidade ao executar essas posturas.

O Yogasana — ou Yoga Asana — é a modalidade mais amplamente conhecida quando o assunto é yoga como esporte.

Yogasana Artístico

Já o yoga em sua forma artística é parecido com que conhecemos como ginástica rítmica. Atletas realizam uma rotina composta por posturas sincronizadas com uma música.

Segundo o site do Comitê Olímpico Internacional, a série pode ser individual ou em duplas, e deve incluir: asanas de equilíbrio (sobre pés e mãos), flexões (para trás e para frente) e torções. 

Yogasana rítmica 

O yoga enquanto uma modalidade rítmica, por sua vez, é sempre um esporte coletivo, de acordo com o site do Comitê Olímpico Internacional. Esta é uma modalidade praticada em duplas ou grupos de cinco pessoas.

O elemento rítmico é determinado pela sincronia entre os componentes da equipe, que devem manter os asanas por períodos que variam de cinco a sete segundos.

Quais são as principais regras do yoga como esporte?

Como mencionado anteriormente, para ser considerada um esporte, a atividade precisa ter um conjunto de regras fixas. Mas quais são essas regras?

Isso vai depender da modalidade em questão. Mas vamos focar aqui nas principais regras do yoga asana tradicional, já que é o de maior popularidade dentro do universo esportivo do yoga.

Séries de seis asanas

De acordo com documento da Federação Internacional de Yoga Esportivo (IYSF), nessa modalidade, o atleta deve realizar uma série composta por seis asanas. Mas não se trata de qualquer asana. As posturas aceitas são aquelas listadas pela federação em seu documento, e há ainda uma exigência em termos de tipos de asanas.

Cada uma das seis posturas de uma série deve corresponder a um dos grupos de posturas obrigatórias no esporte:

  • Flexões para trás
  • Compressões para frente 
  • Trações
  • Torções
  • Elevações
  • Posturas invertidas

Não há uma ordem correta e única. Quem pratica tem a liberdade de escolher a ordem de execução dos asanas, respeitando o tempo máximo de 3 minutos para toda a série.

Tempo de execução e pontuação

Cada postura deve ser mantida por cinco segundos. Caso o tempo de execução de cada asana seja inferior a cinco segundos, há deduções progressivas na pontuação da série.

Tempo de execução de cada asanaPenalidade
Postura sustentada por 5 segundos ou maisSem deduções de pontuação
Postura sustentada por 4 – 4.99 segundos-0,5 pontos
Postura sustentada por 3 – 3.99 segundos-1 ponto
Postura sustentada por 2.99 segundos ou menosPontuação = 0

Segunda chance

De acordo com o documento da IYSF, se o atleta não conseguir realizar uma postura na primeira tentativa, ele pode ganhar uma segunda chance. Mas para que isso aconteça, o juiz precisa apontar que não se trata de uma execução mal finalizada.

Yoga e Olimpíadas: a prática pode se tornar uma modalidade olímpica?

Na Índia, o yoga e suas modalidades competitivas já são reconhecidas como um esporte. 

Se você pesquisar sobre o assunto, verá que há notícias e discussões sobre a qualidade esportiva do yoga que datam há mais de dez anos. Então, a ideia de chegar às Olimpíadas não é novidade.

Mas o reconhecimento no país de origem e discussões são o suficiente para levar o yoga como esporte até as possíveis modalidades olímpicas?

Não.

Para que seja considerada para concorrer às modalidades que vêm sendo incorporadas pelos jogos, é preciso obedecer a algumas regras. Primeiramente, é preciso reconhecimento por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Para ser reconhecido pelo COI, a modalidade precisa ser regida por uma federação internacional, e estar em conformidade com as Regras da Carta Olímpica, o Código Mundial Antidoping e o Código do Movimento Olímpico.

Além disso, existe uma série de critérios que avaliam a relevância que a modalidade representa dentro e fora das Olimpíadas. Um dos fatores que podem facilitar a entrada de um esporte nos jogos olímpicos, por exemplo, é seu apelo para o público jovem. Isto porque os jovens que vinham representando um volume menor na audiência do evento nos últimos anos.

O país que sedia as Olimpíadas também pode propor a inclusão de modalidades, como ocorreu na edição 2020/2021 em Tóquio. O comitê organizador do evento emplacou a entrada do surfe, skate, escalada esportiva, beisebol/softbol e karatê.

Nesse caso, a Índia ou outro país com forte tradição yogui precisaria sediar as Olimpíadas e propôr o yoga como uma das novas modalidades para a edição.

Vale mencionar também que há modalidades que não são adotadas de forma definitiva. O beisebol, por exemplo, participou dos jogos em Tóquio, não participa da edição de Paris (2024), mas volta para o de Los Angeles (2028).

Yoguis apoiam a iniciativa do yoga como modalidade esportiva e olímpica?

A possibilidade do yoga chegar às Olimpíadas como modalidade esportiva é um assunto que divide opiniões. E não é muito difícil entender o motivo dessas opiniões conflituosas, afinal, o yoga é mesmo mais conhecido por ser uma prática de desenvolvimento pessoal e espiritual.

Não há consenso sobre yoga esportivo

Por isso, quando colocado de forma exclusivamente física e competitiva, não há um consenso sobre essa aplicação do yoga. Há quem diga que é errado desvencilhar a atividade de seu caminho tradicional, e que, no yoga, não deve haver competição. O importante é manter seu ritmo, respeitar seus limites e não se comparar a demais praticantes.

Há também quem diga que yoga é ultrapassar limites, algo amplamente incentivado na mentalidade Olímpica. Mas, vale lembrar que, mesmo que a atividade tenha como objetivo evoluir para além de seus limites, isso deve ser feito de forma responsável e gradual.

Elementos culturais não devem ser esquecidos dentro do yoga esportivo

É interessante escutar argumentos de ambos os lados para assumir uma posição. Além disso, é importante lembrar que o yoga é uma filosofia milenar que deve ter suas origens, seus conceitos e ideias respeitados. Independentemente de ser considerada ou não um esporte.

Por isso, caso o yoga como esporte se torne uma realidade mais ampla, é importante também reforçar esses aspectos culturais junto à população.

Como o yoga faz parte dos jogos olímpicos atualmente?

Atualmente, a maneira que o yoga pode fazer parte dos jogos olímpicos é como uma atividade paralela. Em especial, como uma terapia alternativa para os atletas que competem nos jogos.

Anteriormente a Arimo já mostrou cinco vezes em que os caminhos da Copa do Mundo e do Yoga se cruzaram. E, com o futebol dentro dos jogos olímpicos, o yoga pode novamente ganhar destaque como trabalho de alongamento e relaxamento dos competidores.

Yoga como atividade de pré e/ou pós-treino

Para além do futebol, outras modalidades esportivas também podem adotar o yoga como atividade de pré ou pós-treino. Além disso, os ensinamentos da prática podem ser úteis para um bom desempenho em outras atividades.

Atletas olímpicos já utilizam o yoga para recuperação, relaxamento e melhoria de habilidades

A esgrimista dos Estados Unidos, Lee Kiefer, por exemplo, já afirmou que os asanas ajudam a implementar sua flexibilidade. Fator este bem importante para a esgrima. 

Além disso, Lee também aponta a atividade como uma ferramenta para ajudar a se conectar consigo e o momento presente.

Assim como ela, outros atletas olímpicos também fazem uso do yoga. É o caso do britânico Tom Daley, competidor de saltos ornamentais, que mistura yoga, dança e outras atividades em um pós-treino para recuperação.

O yoga é praticado como esporte no Brasil?

De acordo com a Federação Internacional de Yoga Esportivo (IYSF), atualmente, o Brasil não está entre os países em que há uma federação nacional do esporte.

Há, claro, estúdios e espaços em que o yoga pode parecer sua modalidade esportiva. Isto é, uma atividade com foco exclusivamente no trabalho corporal, sem levar em conta o desenvolvimento espiritual.

Mas ainda assim, não se trata do yoga esportivo que conhecemos neste texto, que segue suas regras como nível de dificuldade de postura e tempo de execução.

Também há a possibilidade de haver espaços em que esse esporte, seguindo todas essas regras, já exista no Brasil. Mas, fato é que não há muita informação a respeito e o conhecimento do público ainda seria limitado.

Perceba que possibilidade não significa, de fato, a existência desses espaços. Portanto, é complexo cravar se o yoga é praticado como esporte no Brasil atualmente. O que podemos afirmar é que, até 2024, não há um órgão responsável pela gerência dessa modalidade esportiva no Brasil.

Com isso, nosso país também acaba ficando de fora de competições internacionais de yoga esportivo — pelo menos por enquanto.